Tecnologias a Serviço do Empoderamento e Emancipação de Trabalhadores e Trabalhadoras

Partindo da premissa de que as tecnologias não são “neutras”, e da constatação de que as inovações tecnológicas e organizacionais nascidas no coração e na mente do capitalismo - em todas as suas formas históricas - têm servido, mais vezes, apenas para aumentar a produtividade; acelerar os retornos financeiros; controlar o tempo, o ritmo e a vida dos trabalhadores e trabalhadoras, quando não, para eliminar o trabalho vivo, substituindo-o pelo trabalho morto, o 4º Seminário Interdisciplinar do recém-criado “Observatório dos impactos das novas morfologias do trabalho sobre a vida e saúde da classe trabalhadora”, no IEA/USP, buscará fazer um contraponto, intencionalmente contra hegemônico. Por certo, a “questão tecnológica” vai muito além do domínio das ‘tecnologias’ per se. Ela sempre será expressão da classe social que detém (ou desenvolve) a inteligência e o saber fazer, bem como a dimensão política e finalística do seu uso. Na mão de quem estão as ferramentas tecnológicas, por exemplo, nas atuais expressões do trabalho plataformizado, e dos usos da Inteligência Artificial? E a quem elas servem?
Este Seminário Interdisciplinar no IEA/USP visa conhecer, debater e amplificar ao menos três propostas, modelos ou experiências que buscam dar forma concreta à caminhada - por certo longa e penosa - rumo ao empoderamento (no sentido freireano) e emancipação da classe das pessoas-que-vivem-do-trabalho. Dois modelos desenvolvidos em/para o trabalho plataformizado de entregadores e entregadoras (motos e/ou bicicletas) e uma proposta para que todas as pessoas possam ter em suas mãos - literalmente - seu dossiê trabalhista e previdenciário e sua história de vida inteira, nestas esferas. Aquilo que outros conhecem e detêm (e manipulam), quando os próprios trabalhadores e trabalhadoras desconhecem dados e informações que lhes pertencem.

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