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Maria Homem aborda a desconexão entre a experiência real e a percepção, sugerindo que essa distância leva as pessoas a buscarem o excesso para se sentirem vivas. Ela destaca o aumento no consumo de álcool, drogas e medicamentos psicotrópicos, especialmente entre os jovens, como uma manifestação dessa busca pelo excesso.
A psicanalista também discute a cultura contemporânea, que cria um "eu" ultra imagético, coberto por imagens que se acumulam, enquanto a corporeidade real parece se esvair, levando a uma necessidade de reafirmação do corpo por meio de práticas extremas.
Ela menciona a escrita sobre o corpo como uma forma de marcar a própria existência, destacando cortes de cabelo, tatuagens, mudanças constantes de visual e cirurgias plásticas como exemplos.
Por fim, Homem sugere que essa busca constante por transformação e insatisfação com o corpo leva a um lugar de impotência e insuficiência, onde o sujeito nunca se sente belo ou perfeito o suficiente, resultando em uma cultura de busca pela transformação e plastificação do corpo.
Psicanalista clínica, Maria Homem é uma das intelectuais públicas mais lidas e vistas do País, autora de Coisa de menina? e Lupa da alma. Escreve para o jornal Folha de S. Paulo e acumula mais de 200 mil seguidores no seu canal do KZread, que já possui quase 9 milhões de visualizações.
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