Do Sublime (Fundamentos de Literatura Grega Antiga)

Dando um salto de alguns séculos, desde nossa última exposição dedicada à poesia de Calímaco no período helenístico, passamos aqui a uma obra fundamental da história dos Estudos Literários: o tratado "Do Sublime". O mais antigo manuscrito com o texto atribui a obra a “Dionísio ou Longino”, o que eventualmente foi lido como “Dionísio Longino”, mas propostas posteriores sugeriram como seu autor Dionísio de Halicarnasso (séc. I a.C.) ou Cássio Longino (c. 213-273 d.C.). Embora atualmente não conheçamos seu autor e continuemos frequentemente a chamá-lo de Pseudo-Longino, é possível notar o eco de algumas discussões poéticas e retóricas típicas do séc. I d.C., sendo por essa e outras razões estilísticas que datamos esse tratado de mais ou menos essa época. Obra fundamental para a reflexão poético-retórica de muitos momentos importantes da história da literatura (passando pelo classicismo francês e mesmo pelo romantismo alemão), incluindo também a leitura que pensadores do campo da estética moderna propuseram (Edmund Burke e Immanuel Kant, p. ex.), propomos aqui uma breve exposição de suas principais teses à luz de seu contexto histórico.
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Пікірлер: 58

  • @giulliarezende9989
    @giulliarezende99893 жыл бұрын

    [Comentário 27] Olá, professor! Boa tarde. O sublime aparece ligado à arte poética e ao discurso elegendo a literatura como sendo a arte mais elevada com relação às outras, pela sua capacidade de fazer conseguirmos ir além do que é humano, isso devido a sua própria realidade histórica. Há um trecho que me lembro de ter lido que trata desse além das coisas perenes, podendo se aproximar de algo até mais divino, a saber: "por natureza, o sublime leva sempre a ultrapassar a medida, ou antes, a ser em medida". Além disso, este trecho me parece estabelecer uma certa justificação da elevação a uma coisa maior do que o humano e também como uma certa delimitação. Outro ponto, quando você expôs um trecho ("[N]ão é à persuasão, mas ao êxtase que a natureza sublime conduz os ouvintes") que me fez lembrar Aristóteles, quando ele aponta que a retórica não tem a função de persuadir, mas discernir os meios mais pertinentes a cada caso, pois sobre o "êxtase" a retórica também é capaz de causar, mesmo tendo como meios a persuasão, através dos diferentes discursos porque é através deles (e das suas paixões/emoções determinadas) que se pode fazer suscitar no público ou em quem estiver como ouvinte. Muito boa a aula, professor! Parabéns. Abraços.

  • @wanderflaviodemelo390
    @wanderflaviodemelo3902 жыл бұрын

    Olá professor, excelente aula, muito interessante essa ideia do Sublime. Poderíamos começar por como começa a aula, através do contexto histórico, com a ascensão de Roma, com um grande interesse aos povos helênicos, é citado até mesmo a evocação desse período Greco-Romano. A obra Do Sublime se apresenta como um texto bastante sistemático, de forma a abordar inúmeros temas importantes a poética clássica, falando sobre uma tripartição dos modos de escrita; a dicotomia entre natureza e civilização; o papel da escrita sublime na formação de indivíduos, esse último mostrando que a escrita sublime possui também a função de ensinar. A descrição do sublime como o eco da grandeza da alma, ou, algo que agrada sempre a todos, fazendo uma junção entre técnica e estética. A ideia de grandes autores responsáveis pela aplicação dessa escrita sublime, como modelos e inspirações para autores posteriores, retomando o trecho “todo escritor sublime deve escrever com a consciência de que emula Safo, Platão, Demóstenes e acima de todos - o próprio Homero”. Retomando também a ideia das aulas anteriores, em que Platão quando ao separar a filosofia da poesia, ainda possuía algo de Homero nele como autor e até mesmo na ideia por detrás da obra.

  • @ofeliasouzavieira3763
    @ofeliasouzavieira37633 жыл бұрын

    Aula XXVII - Literatura do período Imperial (I): Sobre o sublime (“Longino”) "Do Sublime". - Obra atribuída a “Dionísio ou Longino”, (“Dionísio Longino”,); propostas posteriores sugeriram como seu autor Dionísio de Halicarnasso (séc. I a.C.) ou Cássio Longino (c. 213-273 d.C.), frequentemente chamado de Pseudo-Longino. Obra fundamental para a reflexão poético-retórica de muitos momentos importantes da história da literatura (passando pelo classicismo francês e mesmo pelo romantismo alemão). Longino questiona até que ponto é possível estimular nossos dons naturais? O problema fundamental é o da relação da natureza com a arte, com a técnica com a elaboração de meios e regras. Esteticamente, conceitua-se o sublime como uma qualidade, de amplitude ou força, que transcende o belo. O sublime provoca reações estéticas na qual a sensibilidade se volta para aspectos extraordinários e grandiosos da natureza. O termo sublime foi inicialmente empregado na retórica e na poesia. “Do Sublime”, texto sistemático, dirigido como epístola a Póstumo Terenciano. Sobre a escrita sublime, aborda temas importantes como a” tripartição” dos modos de escrita (elevada, baixa e mediana); a dicotomia ente natureza (gênio) e civilização (técnica); o papel da escrita sublime na formação dos indivíduos. O “sublime” é a iminência do discurso; não é a persuasão, mas o êxtase.

  • @sauloferrari9859
    @sauloferrari98592 жыл бұрын

    Saulo de Carvalho Ferrari - Comentário Aula 24: Do Sublime: Caro professor Rafael, mais uma excelente aula!!! Por coincidência, comecei a ler o diálogo de Platão com Menôn, essa semana, e a primeira pergunta que se faz é: “A virtude é coisa que se ensina?”. Me veio a cabeça na hora pois me parece que o Pseudo-Longino, com a obra O Sublime, apresenta diversos pontos e direções para que seja possível compor uma obra genuinamente sublime, e claro, reconhece nas obras já escritas, essas características, tendo como os principais autores conforme citado por você na apresentação, Homero, Demóstenes e Platão. Eu seria suspeito para falar de Homero, porque é um dos meus favoritos desde sempre, antes de saber o que era sublime eu já achava as obras dele sublime, em especial Odisseia. Eu acho incrível quando nos deparamos com uma obra, e achamos ela sublime sob nossa própria perspectiva, embora exista o conceito, até questionável, de universalmente excelente, quando a gente individualmente se surpreende com uma obra, por ela ser capaz de elevar e ecoar a grandeza da nossa alma, nos transportar para fora se, é um momento extremamente sublime!!! Existem duas obras brasileiras que me dedico a leitura já tem tempo, na verdade sempre que posso as retomo de alguma forma, porque além de extensas o conteúdo não é de fácil entendimento, que são: Grande Sertões: Veredas, de Guimarães Rosa e Os Sertões, de Euclides da Cunha. Enfim, deparar-se com uma obra sublime, seja por avaliação do universo ou por sua própria avaliação é um momento único. E nesse ponto concordo plenamente com o texto apresentado referente as 5 fontes do Sublime que seriam: a faculdade em lançar pensamentos elevados, a paixão violenta do entusiasmo, a qualidade da fabricação das figuras, expressão da nobreza através da escolhas das palavras e por fim, e a cereja do bolo certamente, a composição de uma obra digna e elevada.

  • @ivanfiorindojunior
    @ivanfiorindojunior2 жыл бұрын

    Muito interessante o conteúdo desta aula sobre o sublime, no sentido de sua contribuição para a produção literária e, também, como as outras formas de manifestações literárias, a sua contribuição para a formação do indivíduo. A literatura é realmente uma riqueza sem precedentes em suas formas e conteúdos. No que se refere às obras sublimes, manifesto uma posição divergente quanto ao entendimento da literatura como uma arena. É que no meu ainda bem precário conhecimento de todas as manifestações literárias assim qualificadas, em toda a sua grandeza e profundidade, tenho uma visão dessas obras como partes de uma grande estante a nossa disposição, cada uma com potencial e importância para contribuir, de alguma forma, para a formação da humanidade, em várias perspectivas.

  • @RafaelSilvaLetras

    @RafaelSilvaLetras

    2 жыл бұрын

    Excelente, Ivan! Há sim a ideia humanista de que as várias manifestações humanas se complementam nessa "estante universal". Trata-se de uma concepção muito antiga e digna de respeito, ainda que inevitavelmente atravessada por questões de difícil solução... A concepção agônica de Literatura coloca as divergências de abordagem em competição e permite compreender um embate de forças normalmente ignorado pela concepção de que a Literatura engendraria uma tranquila complementaridade geral do espírito humano. Afinal, há humanos que são considerados "mais humanos" que outros... Por quê? O que se encontra por trás dos juízos que privilegiam umas culturas e suas manifestações artísticas em detrimento de outras? É isso o que a imagem da arena busca explicar...

  • @gabrielmalta4931
    @gabrielmalta49312 жыл бұрын

    Na última aula falei sobre como o caráter sublime de certas obras me encanta como nenhum outro, sendo assim achei extremamente interessante estudar a ideia da palavra sublime no contexto mais próximo da época abordada do que o conceito que atribuímos ao sublime nos dias atuais. Por mais que exista uma dificuldade de compreender o período exato em que a obra foi escrita ou mesmo seu autor exato, o texto trata de temáticas caras aos que buscam compreender melhor a escrita do período clássico. Dentre vários temas interessantes, resolvi ressaltar a definição de o que é o “sublime”. Pelo que pude compreender na exposição feita pelo professor durante esta aula atribuída ao curso de introdução à literatura grega, o “sublime” transcende o tempo, a obra que tem o caráter sublime agrada a todos e perpetua através das eras, sempre podendo ser compreendida ou interpretada e trazendo junto de si uma reação de êxtase para o público. Tendo em consideração esta conceituação, creio que por mais que os séculos tenham passado, o significado de sublime continua próximo ao falar de literatura: sublime é toda aquela obra que toca em questões tão demasiadamente humanas que não importa quando sejam lidas, elas irão tocar o público.

  • @fernandaporto2965
    @fernandaporto29653 жыл бұрын

    Mesmo em um segundo contato com o texto, ainda acho que seja muito denso.... Horácio dizia que era um poeta pequeno, mas sua obra seria lida por séculos. Interessante é pensar que em sua época tão remota já haviam obras literárias que seriam perpetuadas e de como o desejo de posteridade faz com que se escreva desde que se pensa sobre o logos em si, na técnica que traria o sucesso de um determinado autor. Pensar que os textos pudessem chegar à categoria de clássicos através do aprendizado é relativamente novo para mim. A construção textual, o que dá um bom enredo, muito vem da reflexão, iniciada pela filosofia, e como isso impacta a recepção de uma obra até os dias de hoje. O reconhecimento dos autores que consideramos célebres e que servem de espelho para os demais nos mostra o quanto herdamos das propostas inscritas no Sublime. Carregamos muito dessa busca em superar nossos modelos, e acredito que, enquanto seres humanos, sempre teremos um momento de catarse íntima que é o que faz com que a análise de nossos próprios valores seja feita. Isso está presente nos clássicos e em nossas vidas.

  • @RafaelSilvaLetras

    @RafaelSilvaLetras

    3 жыл бұрын

    Realmente, Fernanda, o Tratado do sublime é uma obra infinita... Deu margem para tanta coisa, sobretudo em sua recepção moderna, sendo ela própria o produto de tantas reflexões prévias. Concordo com o que você propõe aí. Um forte abraço e até a próxima!

  • @iryancarvalho8267
    @iryancarvalho82672 жыл бұрын

    No início da aula, foi apresentado o contexto em que a obra Do Sublime foi escrita, entre os aspectos principais foram citados: A ascensão de Roma ao nível de potência e hegemonia no mediterrâneo, a Grécia sob domínio do Império Romano; Guerras civis e estabelecimento do Império Romano (28 a.C.), a instituição da Pax Romana (ca. 28 a.C. - 180 a.C.), que pode ser entendida como um processo de pacificação e por fim um aspecto importante para o restante da aula, a fusão da cultura Romana com outros povos, principalmente com os povos helênicos que eventualmente é causa desse período do império ser eventualmente chamado de Greco-Romano. Além disso, no momento inicial foi exposto alguns desdobramentos possibilitados pela obra e algumas referências bibliográficas que contribuem para quem se interessar na obra, sobretudo na sua dimensão literária. Em seguida, o professor aborda propriamente a obra Do Sublime, um aspecto destacado por ele é a difícil atribuição de autoria da obra, o mais manuscrito com o texto o atribui a “Dionísio ou Longino”, atualmente não conhecemos seu autor mas às vezes o chamamos de Pseudo-Longino. Ainda nesse viés, a obra Do Sublime é afirmada como um texto bastante sistemático que aborda inúmeros temas para quem se interessa pela poética clássica, principalmente a tripartição dos modos de escrita, a dicotomia entre natureza e civilização e o papel da escrita sublime na formação dos indivíduo. Baseado em trechos da obra, é a apresentado o conceito mais importante da obra o que é sublime, que no texto significa “o ponto mais alto, a eminência do discurso”, como complemento é apresentado uma regra para determinar o que é sublime, “é seguramente e verdadeiramente sublime o que agrada sempre e a todos.” e de maneira mais poética “o sublime é o eco da grandeza de alma”. Nesse sentido, o texto nos apresenta 5 fontes verdadeiramente capazes de produzir o sublime, 2 delas na maior parte das vezes são dons constitutivos naturais e as outras passam também pela técnica, são essas fontes respectivamente: a faculdade de lançar-se aos pensamentos elevados, a paixão violenta e criadora de entusiasmo, a qualidade da fabricação das figuras (são de dois tipos, as figuras de pensamento e as figuras de palavras), a expressão da nobreza que engloba a escolha das palavras e a expressão figurada e fabricada e a quinta causa da grandeza e que engloba todas as outras, é a composição digna. Se encaminhando para o fim da aula, é abordada na obra sobre qual é o escritor mais sublime, apontado entre os citados Homero como o mais sublime. Por fim, no fim do tratado é feita a pergunta “há menos naturezas sublimes hoje do que havia antes?”, que no tratado se encontra como motivo que esgota as naturezas engendradas atualmente a indiferença, uma vez que segundo ele passamos toda a vida sem nada empreender que não seja pelo louvor e pelo prazer, mas jamais por uma utilidade digna de emulação e estima. No geral, foi uma aula bastante elucidativa, e um ponto que me chamou atenção foi o momento de tentar definir o sublime, que me remeteu a definição de gênio apresentada por Kant, que também possui o aspecto de ser inovador comparado a tradição e possibilita transpor o espírito por meio da arte.

  • @sofiamorais945
    @sofiamorais9452 жыл бұрын

    A aula 24 foi uma exposição muito interessante sobre o tratado “Do Sublime”, que é de difícil atribuição, por vezes tendo seu autor conhecido como Pseudo-Longino. No contexto histórico em que foi elaborado, Roma ascendia ao nível de potência e hegemonia no Mediterrâneo, e a Grécia se encontrava sob o domínio do Império. Culturalmente, tínhamos a fusão da cultura de outros povos com a romana, tanto que esse período é conhecido hoje como Greco-Romano. O tratado fala sobre a escrita sublime, abordando temas como a tripartição dos modos de escrita, a dicotomia entre natureza e civilização e o papel da escrita sublime na formação dos indivíduos. Ele tenta descrever o fenômeno poético ao mesmo tempo que simplifica o processo e aponta uma série de regras que uma boa obra deve ser escrita, dando uma série de preceitos sobre como escrever bem. O sublime tem cinco fontes, sendo duas naturais e três que podem ser aprendidas. O autor não diz com todas as palavras haver um cânone, mas é possível entender pela obra que seus “cânones” seriam Homero, Demóstenes na retórica e Platão na filosofia, mas deixando claro que nenhum deles é isento de falhas, mas plenos de acertos. Assumir riscos a fim de alcançar pontos mais altos é próprio dos autores e da escrita sublimes. Confesso ainda não ter lido a obra, assim como algumas outras leituras que me fizeram falta nesse semestre, mas é com certeza uma que vou revisitar quando puder!

  • @RafaelSilvaLetras

    @RafaelSilvaLetras

    2 жыл бұрын

    Excelente comentário, Sofia! Sei que as leituras de um curso como esse são muitas e, às vezes, muito longas, mas a ideia é justamente oferecer apontamentos preliminares para que vocês as explorem no futuro, quando puderem/quiserem. O tratado "Do sublime" é uma que, sem dúvida, vale a pena... Um forte abraço e até a próxima!

  • @Dominguinhos81
    @Dominguinhos813 жыл бұрын

    Aula 27) Comentário sobre a aula 27 por Domingos de Souza Filho: Em um contexto histórico marcado pela ascenção de Roma ao nível de pontência e hegemonia do Mediterrâneo, e a Grécia sob o domínio do Império Romano, culminando na instituiçaõ da ‘Pax Romana’ (ca 28 a.C. - 180 d.C) com a pacificação dos territórios anexados por Roma e o desenvolvimento gradual de sua infraestrutura. Pela fusão da cultura romana com a helenística, denominou-se o Império Greco-Romano. A questão literária desse contexto tem um longa tradição de estudos na maior parte das línguas europeias modernas. Uma obra desenvolvida e marcante nesse período, chamada Do Sublime, é atribuída a “Dionísio Longino” (Dionísio ou Longino), que, entretanto, posteriormente receberam por sugestão de atribuição dois nomes, Dionísio de Halicarnasso ou Cássio Longino, chamado por muitos de Pseudo-Longino. Esteticamemte, conceitua-se o sublime designando uma qualidade de amplitude ou força, que transcende o belo. O sublime provoca reações estéticas na qual a sensibilidade se volta para aspectos extraordinários e grandiosos da natureza, considerada um ambiente hostil e misterioso, que desenvolve no indivíduo um sentido de solidão. O termo foi inicialmente empregado na retórica e na poesia, passando a ter aceitação mais ampla com publicação em tradução francesa do Tratado sobre o sublime, escrito no final do século I ou no século III, como retro citado, atribuído a Longino, chamado por alguns de Pseudo Longino. “Do sublime” é um texto bastante sistemático, dirigido como epístola a Postúmio Terenciano, sobre a escrita sublime, abordando inúmeros temas importantes como: a tripartição dos modos de escrita (elevada, baixa e mediana); a dicotomia entre natureza (gênio) e civilização (técnica); o papel da escrita sublime na formação dos indivíduos. O sublime é a eminência do discurso; não é a persuasão, mas o êxtase; ou, Segundo Hirata, é o eco da grandeza da alma. Muito importante que nós, seus alunos, Professor Rafael, tenhamos conhecimento da origem semântica desse adjetivo substantivado no título DO SUBLIME. Desde que contatamos não só a Literatura, mas as sensibilidades da vida, damos por fé o contato com o que a vida nos oferece de sublime. COMENTÁRIO DE DOMINGOS DE SOUZA FILHO, BELO HORIZONTE, MARÇO DE 2021.

  • @nadiapaiva4909
    @nadiapaiva49092 жыл бұрын

    aula 24 Exposição sobre a obra Do Sublime. O contexto histórico é marcado pela ascensão de Roma como potência no Mediterrâneo e a fusão com culturas diversas, destacando os povos helênicos. A autoria de Do Sublime é atribuída a diferentes autores, tendo atualmente sendo identificado como Pseudo-Longino. O texto é no formato epístola, abordando temas como a escrita, a natureza e a civilização. É indicada a referência da obra para autores como Goethe pelas teorizações estéticas. O trecho "o sublime é o eco da grandeza de alma" implicando o agir no mundo com a estética das obras artísticas. Essa obra apresenta descrições sobre o fenômeno poético, regras de como escrever bem e as características da escrita sublime. Outro trecho "todo escritor sublime deve escrever com a consciência de que emula Safo, Platão, Demóstenes e acima de todos - o próprio Homero" expressa a perspectiva da existência dos grandes autores que são modelos e influências para autores futuros. Essa perspectiva permanece no pensamento de Harold Bloom com o conceito da angústia da influência. Tenho admiração pelas produções artísticas mais engajadas e também penso que cada um pode criar na forma que achar relevante, mesmo que seja apenas pessoal.

  • @Tristandusfrene
    @Tristandusfrene3 жыл бұрын

    Olá, Rafael, tudo bem? Achei muito interessante a questão do pseudo-autor, pois eu não conhecia este conceito e imagino que, durante as minhas leituras e aprofundamento na literatura grega, eu vou me deparar muito com esta particularidade com relação à autoria. Achei também muito legal a questão do conceito de sublime enquanto elevação da alma e a relação que define com a obra que é universalmente reconhecida. Com relação aos preceitos de como escrever bem, eu fico pensando em como a tradição oral foi vital também para a tradição escrita. É claro que muitas das características que são frequentes nas obras da tradição oral acabam desaparecendo na tradição escrita, mas, com certeza, uma deve ter influenciado fortemente a outra. Achei também incrível o conceito de sublime em oposição ao pomposo e também a assertiva de que a fonte de todos os defeitos é a busca por novidades, embora isto também seja o motivo dos acertos do sublime. Eu acredito que isto é muito verdade e nós conseguimos, inclusive, observar isto nas obras atuais. Temos muitos autores que conseguem desenvolver uma fórmula de sucesso no início da carreira e acabam permanecendo nela por toda a sua trajetória, com medo de inovar, com medo de, ao tentar algo novo, não alcançar o mesmo sucesso de antes, mesmo criando uma obra, em termos estéticos e linguísticos, superior. Eu também achei muito interessante o símile comparando a tradição poética a dois rios que se encontram, se abastecem e se separam. Isto me remeteu, na hora, a questão da polifonia tratada por Mikhail Bakhtin. Eu também achei muito legal a leitura feita de Platão, enquanto aquele que quer tomar o lugar de Homero, não necessariamente o lugar de poeta, mas o que o Homero significava para aquela sociedade, ou seja, o reconhecimento da filosofia como a forma de educação e conhecimento de mundo. Também achei muito elucidativo a visão atribuída a Platão, como exagerado, entusiasmado e sentimental, ou melhor, toda esta questão ligada ao páthos. Com relação ao fato de que, a ausência de liberdade política leva a menos publicações, eu acho que, de novo, o autor foi bastante visionário, pois, inclusive, são situações que continuam acontecendo. Esta questão de que uma sociedade menos ética teria o desenvolvimento também de uma estética enfraquecida faz todo o sentido para mim. Fico pensando no movimento do nazismo, por exemplo, que foi um regime político que investiu fortemente em cultura, embora, claro, sempre houvesse alguma exceção, como, por exemplo, os filmes da Leni Riefenstahl, que, ainda hoje, continuam circulando o cânone cinematográfico, mesmo com toda a sua ideologia. Fico imaginando que alguma coisa salta dessas obras, como, por exemplo, a questão estética, que consegue mantê-las ainda relevantes, embora continue existindo toda a nossa repulsa com relação ao seu conteúdo. Isto pode ser estendido para outras obras, como o filme “O Nascimento de uma nação”, do Griffith, ou mesmo o livro “Os sertões”, de Euclides da Cunha. Era uma época, sem dúvida, em que os preceitos morais ainda não se alinhavam com os nossos, da pós-modernidade. Bom, estes seriam os meus comentários da aula de hoje. Forte abraço e até a próxima aula.

  • @victormattiello5232
    @victormattiello52322 жыл бұрын

    Aula 24 O Sublime é aquilo que concede aos poetas uma capacidade de transcenderem o tempo, alcançando um lugar de destaque quando comparados com os demais; não é a capacidade de persuasão que constitui um poeta como sublime, mas a capacidade que a sua obra tem de levar os ouvintes ao êxtase. Portanto, a alma de um autor sublime é a mais elevada, possuindo a sua obra um caráter atemporal, conseguindo tocar os ouvintes/leitores de épocas posteriores. A genialidade presente em um espírito mais elevado não é suficiente, pois, para que um poeta se torne sublime, faz-se necessário que ele exerça e aperfeiçoe a sua capacidade. Portanto, a genialidade desacompanhada pela ciência não basta, apesar de ser uma chave importante para a construção de uma obra atemporal. Na seção XXXIII do tratado "Do sublime", o autor propõe uma reflexão sobre qual escritor é o mais sublime, o que se arrisca, sendo mais criativo e inventivo, ou aquele que é mais ponderado, conservador e cuidadoso? Apesar de estar mais apto a cometer erros, o autor reconhece o caráter ímpar do escritor inventivo, considerando-o o mais sublime.

  • @sofiamorais945
    @sofiamorais9452 жыл бұрын

    A aula 27 fala sobre o tratado “Do Sublime” ‒ por ser o mesmo vídeo do semestre passado e por, anteriormente, não ter conseguido ler, dessa vez li em vez de assistir ao vídeo novamente. Acredito que a aula já tinha passado bastante sobre a obra, então a leitura só comprovou o que eu esperava ‒ gostei bastante! Apesar de falar sobre o que é necessário para uma escrita sublime, pela minha interpretação, essas “regras” não são absolutamente intransponíveis, uma medida exata para se seguir ‒ tanto que, ao falar sobre as metáforas, por exemplo, “Longuino” mostra certo desprezo por Cecílio que definiu que só se pode usar duas ou, no máximo, três metáforas. Muitos elementos descritos na obra são, assim como a metáfora, passíveis de serem usados de uma forma que seria “inadequada” se feito da melhor maneira; muitas metáforas, junto às emoções e no momento adequado, passam despercebidas para os receptores. Gostei muito também da análise do fragmento de Safo que, de acordo com o autor, alcançou a excelência, convocando vários elementos extremos em uma unidade (como alma e corpo) como se todas as partes fossem estranhas e estivessem perdidas. O tratado, em geral, é bastante atemporal ‒ para os escritores, com certeza é possível usar várias dicas! Achei interessante também que, no livro 41, “Longuino” aponta que canções, a depender do ritmo, podem atrair a atenção do público para quem canta ou para o ritmo em repetição, e que estas são de gosto fácil. Parece bastante semelhante com as críticas atuais que comparam o funk com outros ritmos musicais.

  • @RafaelSilvaLetras

    @RafaelSilvaLetras

    2 жыл бұрын

    Que bom que gostou da leitura, Sofia! Esta obra é demais e exerce uma influência enorme sobre o classicismo francês (sec. XVIII) e mesmo sobre o romantismo europeu de modo geral... Um forte abraço e até a próxima!

  • @victoriafernanda5903
    @victoriafernanda59032 жыл бұрын

    O texto atribuído à “Longino” ou Pseudo-Longino foi escrito durante a ascensão do poderio hegemônico romano, contextualizada, sobretudo, pela integração de outras culturas à sociedade de Roma. A escrita sistemática remete a um tratado e sustenta propostas estéticas e interpretativas que interferem até hoje não apenas na crítica literária ou artística, mas também no entendimento da filosofia da linguagem e da análise do discurso e retórica: a universalização da arte. A ideia do caráter universal da obra me parece encontrar um lugar de descrição comum nessa obra, em especial pelo possível significado do próprio termo “sublime” e a relação entre Goethe e a obra estabelecida brevemente na aula abre espaço para críticas imensas a esse tipo de pensamento, obrigada por ter registrado isso.

  • @Polignomo
    @Polignomo2 жыл бұрын

    Esta aula representa um salto histórico da anterior, enquanto a última tratava-se do período helenistico, essa já se encontra propriamente na Grécia dominada por Roma, onde a ascensão Romana é estabelecida e seu poderio se estende a todo mediterrâneo. A aula debruçou-se sobre a obra Do Sublime, de Longino. Iniciou-se apresentando o contexto histórico que tem como principal aspecto o fato da dominação romana, ainda uma República, sobre os mais determinados territórios. A ascensão de Augusto como um “Imperador”, apesar de não o denominar desta forma, é um pontapé para a criação da Pax Romana, que é a pacificação dos territórios dominados por Roma, como o desenvolvimento da infraestrutura. O jeito romano funcionava através desta "absorção" cultural e do território a si próprio, aceitando a cultura local mas integrando a sua própria. Essa fusão foi muito sentida nos povos gregos, principalmente no que tange ao centro deste estudo que é a poesia, então a produção latina é muito influenciada pelos gregos, podendo citar Virgílio, Quintiliano e outros. O professor afirma que esse período é largamente estudado na Europa moderna, mas aponta estudos propriamente no Brasil. Partindo efetivamente a Obra, têm-se que é uma de difícil atribuição, já que o autor que foi durante séculos dito como escritor da obra, aparentemente não existiu. Diante destas dificuldades, pode-se dizer que não há autor, então seu autor é pseudo-Longino. A obra trata, conforme exposto, de três grandes temas principais, a tripartição da escrita, a diferenciação da natureza (gênio) e da civilização (técnica) e o papel da escrita sublime na formação dos indivíduos. O sublime é este ponto alto, a excelência do discurso, sendo que a regra é sublime verdadeiramente é aquilo que agrada sempre e a todos, a ideia é que se possa chegar a esse ponto, em que independente do público, a obra sublime é considerada universalmente reconhecida como excelente. Aproveito para perguntar-lhe , essa diferenciação entre a natureza e a civilização, encontrou eco entre os ingleses?

  • @RafaelSilvaLetras

    @RafaelSilvaLetras

    2 жыл бұрын

    Excelente comentário, Enzo. Quanto à sua pergunta: sim. Via escritos românticos alemães (Schiller, p. ex.) isso chega até ingleses com muita força sim, como Coleridge e Wordsworth, p. ex. Muito bem observado. O Goethe era um grande admirador do Tratado do Sublime (inclusive, na tradução francesa). Um forte abraço!

  • @marlagabrielle1091
    @marlagabrielle10912 жыл бұрын

    É fascinante a grande importância que Homero tem ao longo das produções, até mesmo nas obras filosóficas, no qual vez ou outra se encontra uma citação (seja direta ou indireta) do poeta. Principalmente a consideração que "Do sublime" traz sobre o autor: o mais assombroso, elevado e assim como Platão e Demóstenes, pleno de acertos, mas também suscetível a erros. O que demonstra que até o mais elevado dos "homens" (por assim dizer), não está distante daquilo que caracteriza o ser humano. Outrossim e sobre Platão: "Que, sem dúvida, Platão, que corre com uma tal correnteza silenciosa, não seja em nada inferior, por teres lido a República, tu o saber bem e conhecer seus estilo (...) Com toda a certeza, Platão trouxe uma tremenda revolução com a proposta de uma cidade ideal (Kallipolis), o regime de governo ideal, que deve ser baseada principalmente no conhecimento, as divisões das classes, etc. E o curioso (e até mesmo irônico) é a consideração de Platão ser o mais homérico dentre os que foram citados na exposição, mesmo com o filósofo recusando a poesia (que seria nociva a cidade ideal, por assim dizer) e a figura do poeta, como se desejasse elevar e firmar as composições filosóficas. Um ponto notável é a associação, por assim dizer, entre a natureza e o método, uma técnica, que vem em socorro da primeira para determinar as ocasiões certas e assim, um uso prático mais efetivo. "(...) se considerarmos que, apesar de a natureza ser quase sempre autónoma quando estão em causa grandes emoções, ainda assim não se dá com o acaso nem com a total ausência de método."(p.39) ...o que vem a demostrar uma critica a Górgias (seria também cabível uma critica a Parmênides?) Outro ponto interessante diz respeito a máxima: "Escrevi, em algum lugar: o sublime é o eco da grandeza de alma." (Do sublime, IX.2) Acredito que pode-se entender que é uma obra artística que confere uma elevação da alma, no sentido de um enobrecimento dos modos de agir e reagir, das formas de se expressar e de "revolucionar", trazer conceitos e sistemas novos, propor mudanças. Professor, Do sublime poderia ser compreendido também como um "manual", principalmente para o escritor?

  • @RafaelSilvaLetras

    @RafaelSilvaLetras

    2 жыл бұрын

    Excelente comentário, Marla! A meu ver, há uma dimensão preceptistica importante no tratado "Do sublime" sim... Ele pode ser visto à luz de manuais de retórica tão de comuns à época, ainda que sua teorização tenha transcendido as limitações de um mero manual sobre "como escrever". Um forte abraço!

  • @valdemirpedro5198

    @valdemirpedro5198

    2 жыл бұрын

    @@RafaelSilvaLetras Os comentários de Marla são sempre muito bons. Vou atrever-me a inserir minha participação nesta aula comentando sobre o comentário dela. O sublime, apresentado como a elevação da alma, parece denotar, de fato, essa capacidade superior e, quem sabe, transcendente, de fazer o discurso superar os limites diretos que alcançam as palavras. Mais do que um conjunto de sons ou de termos que, encadeados entre si, transmitem alguma mensagem, o discurso, quando dotado das características que o tornam sublime, é capaz de alcançar mais do que as capacidades dos sentidos, mas atinge a alma, a eleva acima de sua manifestação cotidiana e a torna isso mesmo: sublime. Mas sublime não é só o texto, seja escrito, falado ou cantado, nem só a alma que apreende seu caráter superior. Sublime também o autor, o poeta, que eterniza sua obra e seu próprio nome, que alcança glória por fazer do instrumento da palavra mais do que alguém o faz na vida comum e, como um artista, um inventor, um ser quase divino, consegue transcender o uso básico do instrumento da linguagem e tocar as almas, com um êxtase, que envolve e agrada, para além do espaço e do tempo. Trazendo o conceito do “Sublime” para uma perspectiva que amplia sua definição, encontramos em autores da modernidade uma longa indagação sobre o que é o sublime na arte, tais como Edmund Burke, Immanuel Kant e Jean-François Lyotard. Dentre as formulações desses filósofos uma das que mais me chama a atenção é a que descreve o sublime como algo que nos coloca diante de um maravilhamento, um amor, uma veneração, ao mesmo tempo que nos traz a ideia do terror, do medo, da insegurança, do respeito. Søren Kierkegaard, em Temor e Tremor, mostra um pouco a postura de Abraão diante de Deus na história do sacrifício de Isaque, seu filho. Diante da grandeza de Deus, Abraão é atingido pelo maravilhamento, assim como pelo medo. Quem não sente o mesmo quando vê uma imagem do Universo profundo, cheio de estrelas, galáxias e da vastidão do cosmo? As obras de arte modernas, após o renascimento, também despertam nas pessoas a mesma sensação. Quem não sente isso diante da Capela Sistina e de tantas obras espalhadas pelo mundo, diante das quais ficamos em silêncio, absorvendo o espanto e o maravilhamento? Talvez, como Marla apresentou, Platão não fosse realmente muito afoito à ideia dos poetas dirigirem a cidade, cabendo aos filósofos esse ofício. Bem, pensando aqui com meus botões, o poeta, de fato, talvez não tenha todas as “habilidades superiores” que a natureza filosófica possui e que são úteis à direção da cidade, como Platão apresenta na República. Por um lado, talvez possamos entender que Platão quisesse, com essa argumentação, defender a dignidade e importância do verdadeiro filósofo na sociedade grega e, como já tratamos anteriormente, fortalecer o valor e o lugar dessa nova ordem do discurso na Atenas Clássica. Por outro, dadas as razões que Platão apresenta, talvez o filósofo, de fato, seria a pessoa mais adequada para esse ofício em comparação com os outros grupos sociais. No entanto, por que o poeta perderia seu lugar? A natureza do poeta e do filósofo talvez sejam, realmente, diferentes. Da mesma forma os frutos que cada um gera também o são. O filósofo procura a verdade e a correção em suas ações, teorias e princípios. O poeta, por sua vez, procura eternizar momentos, ideias, fantasias e, acima de tudo, tocar almas e, como a obra em questão, “tornar sublime a alma”. No fim das contas, somos muito mais tocados por um belo poema do que por um tratado filosófico. A cultura nasceu e floresceu muito mais sobre cantos e versos do que sobre conceitos e indagações epistemológicas. Isso tira a qualidade e importância de cada um deles? Creio que não. Mas, a meu ver, o poeta consegue muito mais tocar nossas almas, nossas emoções e psiquismo e nos colocar diante das palavras e dos discursos com uma genuína postura de temor e tremor.

  • @RafaelSilvaLetras

    @RafaelSilvaLetras

    2 жыл бұрын

    @@valdemirpedro5198, excelente sequência de comentários, desde a Marla até você! Fico muito feliz de ver como essas referências são concatenadas de forma instigante a partir de uma leitura das fontes (tanto antigas quanto modernas), levando em conta várias das discussões que apareceram durante a disciplina. Como professor, nada poderia me deixar mais feliz do que ver dando certo - na prática assim - algo que tenho idealizado e tentado colocar na prática neste curso sobre Fundamentos de Literatura Grega. Acompanhar participações articuladas e capazes de estabelecer um diálogo tão rico quanto este me assegura de que estamos seguindo um bom caminho... Um forte abraço aos dois e até a próxima!

  • @Min-ht4ht
    @Min-ht4ht3 жыл бұрын

    você explica muito bem, obrigada !

  • @RafaelSilvaLetras

    @RafaelSilvaLetras

    3 жыл бұрын

    Obrigado pelo comentário e pelo interesse! Um abração!

  • @luisarocha8811
    @luisarocha88113 жыл бұрын

    Aula 29 A investigação do que seria o Sublime por parte do autor foi muito reflexiva, e a partir dela dois pontos principais se destacaram pra mim. O primeiro deles diz respeito da característica própria dos autores sublimes de correrem riscos a fim de serem recompensados em termos de qualidade de suas obras. É interessante observar como essa busca por melhorias permite que o autor erre eventualmente , enquanto busca ascender literariamente. A falha não o diminui, mas o torna persistente. O segundo ponto que se destacou para mim foi a qualidade de emulação que os escritores devem ter no que se refere aos grandes nomes literários que os precederam. Isso possibilita a inferência de que cada próximo autor tem a necessidade de emular mais escritores que seu predecessor imediato, tornando os representantes do Sublime cada vez mais conhecedores da tradição passada e com menos espaço para inovar, após tantos avanços sublimes.

  • @viniciusabreu7012
    @viniciusabreu70122 жыл бұрын

    Comentário da aula 24 - Boa noite, Rafael. Tudo bem? Muito interessante a aula sobre o “Do sublime”. Por mais que em algumas partes esse tratado sobre uma boa escrita seja vago, como “eis a regra: é seguramente e verdadeiramente sublime o que agrada sempre e a todos” ou “não é à persuasão, mas ao êxtase que a natureza sublime conduz os ouvintes”. Essas duas passagens parecem ser generalizações pouco claras do que seria uma escrita sublime. No entanto, a tarefa deste tratado em estabelecer um cânone e visualizar a literatura como uma arena, em que se luta com os antigos é uma ideia bastante profícua. Me lembra até mesmo o ensaio de T. S. Eliot “Tradição e talento individual”, em que deve-se ter consciência da tradição que uma obra literária posterior lega em si mesma, ou seja, o escritor sublime deve escrever estando cônscio de que emula os antigos, emula Safo, Demóstenes, Platão e sobretudo, Homero. É impressionante como a literatura grega antiga e em especial Homero têm de ecos na literatura posterior mundial, daí a importância de estudar essa literatura tão sublime e tão profícua.

  • @mafemafii
    @mafemafii3 жыл бұрын

    Do Sublime é um texto grego da época romana de crítica literária, considerado um trabalho clássico sobre estética e os efeitos de uma boa escrita. É um texto bem meticuloso que busca tratar sobre a escrita sublime, abordando elementos como: a tripartição dos modos de escrita, a dicotomia entre natureza e civilização, ou gênio e técnica, e sobre o papel da escrita sublime na formação dos indivíduos. Pode-se compreender que o sublime, na dimensão da produção escrita, seria como o alcance do êxtase, o alcance do ponto mais bem elaborado e erudito do discurso escrito, havendo uma advertência para não confundir o desenvolver sublime com uma produção pomposa.

  • @victorlopes5892
    @victorlopes58922 жыл бұрын

    Aula para exposição do texto "Do Sublime". O contexto histórico desse poema se passa na ascensão de Roma como potência e conquista hegemônica no Mediterrâneo, onde há uma fusão de Roma com outros povos, especialmente neste contexto a Grécia, sendo conhecido esse período como Greco-Romano. Esse texto possui características bastante sistemática, e aborda diversos temas como: a tripartição da escrita, a dicotomia entre natureza e civilização, e o papel da escrita sublime na formação dos indivíduos. Sendo o sublime como algo que em certa medida é o ponto mais alto e eminente do discurso, sendo esse tratado manifestado de maneira parecida com “A poética” de Aristóteles, pois além de uma descritiva sobre as qualidade, parece em diversos momento fomentar regras para como deveria ser uma boa poesia e literatura. Em linha gerais, me encanta como uma produção tão distante (tempo) de nós ainda pode ser lida de maneira caminhos proveitosos de serem seguidos para a escrita, até mesmo em termos académicos, e nesse sentido, todo esse legado grego se mostram sem como fundamento de toda cultura ocidental, sendo o exercício de se estudar os antigos para um aprendizado atual, não só um exercício que auxiliou gigantes em sua metodologia, sendo no caso Do Sublime Goethe e Kant por exemplo, mas também a nós próprios, onde um estudo aprofundado de Homero a Platão, ter ainda muito caldo ao que diz respeito à possibilidade de reflexão e o ato de pensar sobre os mecanismo da sociedade, não por acaso, gosto de compreender como sendo essa a definição de clássicos, obras que em certa medida parecem possuir um teor inesgotável de conteúdo e nuances a serem exploradas, inesgotáveis.

  • @rafaelpublio2427
    @rafaelpublio24272 жыл бұрын

    Este comentário diz respeito à exposição de André Malta sobre o "Silêncio de Ájax em Sobre o Sublime, de Longino". Gosto muito de certas abstrações, e esta, a do « sublime » muito me foi relacional, tendo em vista as coincidências encontradas naquilo exposto por Malta (e claro, por Longino), e aquilo que tenho como interesse ao ler as mais variadas obras. A arte, como um todo, muito se aproxima do que almeja Longino mostrar com seu conceito, ao meu ver. Porque o Sublime é, como diz ele, o amor a tudo o que é grande, ao que agrada sempre e a todos, o que suporta o reexame frequente e deixa uma lembrança forte, é algo que vai de autor a autor em direção ao seu leitor ou leitora, que está na fonte e na recepção, produzindo a quem consome uma obra a mesma grandeza de alma e dando a impressão de que a produziu. É uma identificação que tem o poder de produzir êxtase e alegria, e é uma qualidade quase que particular às grandes obras, que, certamente, nos oferecem sempre dosagens maiores ou menores desta mesma substância que impele escritor e leitor à escrita, à leitura e à contemplação.

  • @AlakzamBurnout
    @AlakzamBurnout2 жыл бұрын

    A presente aula possui como tema o poema “Do sublime”. O contexto histórico da obra foi diante da ascensão de Roma ao nível de potência e hegemonia sobre o Mediterrâneo, inclusive com a Grécia submetida ao domínio do Império Romano. A influência grega sobre a produção das obras latinas é notável nesta época. Destaca-se que a atribuição da autoria do poema é difícil, sendo o primeiro manuscrito texto atribui a “Dionísio ou Longino”. No entanto, não há como atribuiu com exatidão destes autores, por isto fala-se de um “Pseudo-Longino”. Assim, nos é apresentado o que é o sublime no texto. Há uma dimensão ética e estética. Logo adiante, o autor questiona se é possível ensinar o sublime. Existem 5 fontes do sublime, havendo como fundamento comum a aptidão a palavra. A primeira é a mais importante, a faculdade de lançar-se aos pensamentos elevados, a segunda é a paixão violento e criadora de entusiasmo. As duas relativas a dons naturais. As outras passam pela técnica, sendo a terceira e quarta relacionadas a qualidade da fabricação das figuras de pensamentos e da linguagem com acréscimo da expressão de nobreza. A última é a causa da grandeza e que engloba todas as outras, uma composição digna e elevada. Homero é considerado como o mais sublimes de todos os autores, Demóstenes na retórica e Platão na Filosofia. Para o autor nenhum desses é isento de falhas, mas são plenos de acertos. O texto sugere a literatura como uma arena, apontando que Platão ansiava a ocupar o lugar de Homero, ao tentar superar os rapsodos, os poemas. Qualquer pretenso escritor deveria competir com Safo, Platão, Demóstenes e ao próprio Homero. Todo autor tem que enfrentar seu predecessor mais imediato para se firmar na literatura. O autor pergunta qual seria o escritor mais sublime, aquele que se arrisca ao que há de mais elevado, passível de inúmeros deslizes, ou aquele mais cuidadoso e ponderado, mas sem risco, nunca erra. O autor conclui que mesmo na excessiva riqueza, é preciso de um pouco de negligência, apontando que Homero mesmo cometendo alguns deslizes, por se arriscar mais, é o mais grandioso. Por fim, há ainda o autor questiona se há menos naturezas sublimes hoje do que havia antes. O tema da literatura como uma arena, me remeteu ao tempo da Filosofia Moderna. A cada filósofo que se estuda desta época, percebe-se uma tentativa de aperfeiçoamento do pensamento anterior. Inclusive, a grande maioria faz ataques diretos aos seus predecessores, julgando apresentar as melhores proposições. Diria que não é uma simples arena, é uma guerra.

  • @milenacristal9050
    @milenacristal90503 жыл бұрын

    Aula 29: Olá, Professor. Segundo o autor desconhecido, o sublime é “(...) o cume e a excelência dos discursos”. (Longino, Dionísio. Do Sublime. Trad. Várzeas, Marta Isabel de Oliveira. P.36), a obra universalmente conhecida como excelência, que eleva a alma. O autor coloca em questão se o sublime pode ser aprendido ou é algo natural e logo responde que ele é natural, mas também deve ser exercitado. Segundo ele, a natureza é o elemento essencial da criação, “(...) mas o método é necessário para determinar a quantidade e a ocasião oportuna de cada coisa e bem assim para ajudar à prática e ao uso correto” (idem, p. 38). São 5 as fontes do sublime, podendo ser divididas entre as da natureza: 1) faculdade de lançar-se aos pensamentos elevados; 2) paixões violentas e criadoras de entusiasmo. E as da técnica: 3) qualidade da fabricação das figuras do pensamento; 4) expressão de nobreza; 5) composição digna e elevação. Entre os autores sublimes, o mais sublime colocado pelo autor desconhecido parece ser Homero, e os outros a partir dele vivem uma tentativa de se igualar.

  • @victorhugomariano5026
    @victorhugomariano50262 жыл бұрын

    Breve síntese da exposição: Nesta aula é apresentado o tratado através do qual chega até nós o fragmento 31 de Safo, citado como exemplo do que seria o sublime. A exposição se desenrola em uma contextualização do tratado sobre o sublime, novamente o salto temporal é muito grande, mas algumas informações como o processo de pacificação romana, a prosperidade para as classes superiores do período, a importância do contato cultural e influência dos gregos sobre os romanos, mesmo sob seu domínio, bem como sobre a literatura latina são pontuadas. Em seguida há a indicação de algumas referências bibliográficas e se fala da questão da atribuição, tradicionalmente o tratado havia sido atribuído a Longino mas tal atribuição foi contestada. Tal tratado exerceu influência sobre formulações do idealismo alemão, por exemplo, e certamente tem grande importância para a crítica literária. Segue-se a análise do tratado, (re)traçando perguntas como “o que é o sublime?”, “é possível ensinar o sublime?”, bem como falando sobre as cinco fontes do sublime - as duas primeiras naturais, primeira como uma capacidade de acessar pensamentos elevados e a segunda a paixão, a terceira e a quarta relacionadas à técnica e a quinta a composição digna e elevada. Note-se, é preciso prestar atenção em, o que é o sublime e o que é apenas o pomposo. Fala-se também da construção de um cânone do sublime, com três figuras plenas de acerto, Homero como O poeta, Demostenes na retórica e Platão na filosofia, vemos a construção de uma tradição clássica.

  • @victoriasantana1100
    @victoriasantana11002 жыл бұрын

    As escritas da época dificilmente sobreviveram inteiras até o dia de hoje, o que não é novidade para ninguém, mas esse negócio de Do Sublime não ter um autor confirmado com certeza e o mesmo ter recebido o nome de Longino é UAU (por falta de expressão melhor para expressar minha excitação com a ideia) pois a ideia que o texto trás, com o questionamento do quê sublime das coisas e principalmente, dos autores, enaltecendo Homero e transformando a literatura em um ringue, levando o leitor a se interessar cada vez mais por essa ideia sem ele nem saber qual sua verdadeira natureza, que delícia de experiência!

  • @suyhannekatarynne7094
    @suyhannekatarynne70943 жыл бұрын

    É de entendimento comum que a história grega foi marcada por Roma e da mesma maneira que a Grécia marcou os romanos. Entendemos que a crescente expansão romanas influenciou uma grande massa territorial de modo que expandiu para outros povos, os costumes e pensamentos grego-romano e da maneira como embasou em novas culturas. É controverso pensar no referencial escasso da obra de Dionísio ou Longino - que tem uma identidade complexa e controvérsia - em Do Sublime sendo ela tão marcante na história da poética clássica como a tripartição dos modos de escrita, a dicotomia entre a natureza e civilização - um dos estudos que até hoje permanece entre nós - e o papel da escrita sublime na didática. É um contato novo, de modo que esta idealização do artista perpassa pela ideia de escrita ideal, daquela capaz de transpor o indivíduo acima de sua própria realidade. É muito interessante pensar na ideia de o sublime pode ser ensinado, mesmo de modo tão rígido, mas que mesmo assim, sua memorabilidade passe por julgamentos valorativos.

  • @vitorbonfim1042
    @vitorbonfim10422 жыл бұрын

    O contexto histórico em que Longino está incluso é da dominação romana dos territórios pelos generais de Alexandre, O Grande. Nesse momento, há uma grande influência da cultura grega na produção literária e artística em Roma, o que é possível de se perceber nos textos de “Pseudo-Longino” (nome esse que fora atribuído a textos possivelmente de Longino, já que sua identificação é extremamente difícil), por exemplo, no Tratado “Do Sublime” há uma argumentação lógica presente nos textos gregos após a mudança da ordem do discurso, principalmente relacionando à Poética de Aristóteles, em que esse discute à cerca da produção deste gênero, além da citação de outras obras, como Homero. Na obra, ele argumenta que o sublime é aquilo que sempre agrada a todos, e uma obra que pode ser considerada como tal permanece no tempo. Definido o que é sublime, o autor passa para a pergunta se é possível aprender a produzir um texto sublime, e essa pergunta culmina na definição das cinco fontes do sublime. Duas dessas são naturais: “a faculdade de lançar-se aos pensamentos elevados” e a “paixão violenta e criadora de entusiasmo”. As outras três são técnicas, ou seja, podem ser aprendidas: a “qualidade da fabricação das figuras”, a “escolha das palavras e a expressão figurada e fabricada” e, por última é a “composição digna e elevada”. No fim do texto, o autor conclui que Homero é o mais sublime, e atribuí uma característica que nos faz concluir que, apenas os que se arriscam a inovar, ao passo que podem deslizar e errar, podem também encontrar o sublime.

  • @ketelyoliveira7515
    @ketelyoliveira75152 жыл бұрын

    A vigésima quarta aula expõe uma das obras fundamentais da história dos estudos literários: Do sublime. A obra possui algumas concepções importantes de poética e retórica, o que nos permite compreender discursões, que tais gêneros textuais geravam, como a dicotomia entre natureza e a civilização, assim como o papel da escrita sublime na formação dos indivíduos. A obra sugere a compreensão do desenvolvimento da escrita, visto que antes ela não possuía de fato uma classificação, já que era entendida como uma transposição dos valores da tradição oral, a qual entendia a composição da obra como enunciado das musas, ou seja, por si só sagrado. Nesse sentido, ao tratar da ideia de sublime, tal obra explicita a noção de qualidade, de processo de escrita, de competência, visto que trabalha a ideia de eminência do discurso. Embora condicione a escrita à inspiração, ao tratar dessa perspectiva, o texto em questão propõe, de certo modo, a dissolução do que chamamos hoje de “talento”, à medida em que enuncia o fato de a escrita precisar ser mediada pelo controle, pois, ela necessitaria de “aguilhão” e de “freio”.

  • @alceuvitorpx
    @alceuvitorpx2 жыл бұрын

    AULA 24: Literatura do Período Imperial: Sobre o Sublime (“Longino”) (18/08/21) Após dominar a Grécia e se expandir consideravelmente, Roma toma uma posição defensiva permitindo um desenvolvimento econômico e cultural. O cosmopolitismo do império proporcionou a fusão entre das duas culturas romana e grega. Do Sublime é uma obra de difícil atribuição, de forma que se mantém a referência anterior de autoria, portanto o pseudo em frente ao nome de Longino. A obra tem como intuito lançar o poeta no tempo além da morte e através da arte transportar o público para fora de si. O texto carrega uma forte idealização da arte e valorização de autores (Cânone), mas também reconhece seus erros. A inovação em si não seria um valor da obra, mas o que é preservado da tradição. Também varia entre indicações e prescrições para se atingir o sublime, por exemplo, discursa sobre as ambivalências da inovação e reconhece que existem formas de se ensinar as técnicas do sublime.

  • @alanfrancisco9207
    @alanfrancisco92072 жыл бұрын

    Aula 27 Apesar de não ter lido (ainda) o texto proposto, a apresentação de suas ideias foram bem instigantes. De fato, parece haver ecos dessa proposta de Pseudo-Longino sobre a questão da Alta e Baixa Literatura (talvez podendo se expandir para arte num todo). Essa ideia de uma obra que “transcende o tempo”, com “apelo universal”, chega até a ser senso comum sobre o que definiria um clássico. Como disse no vídeo, tal proposta é bem contestada atualmente. Penso ser difícil definir o que esse tal “universal” e até mesmo a possibilidade de algo ir além de seu tempo, afinal, uma obra ainda é produto de seu contexto. O que fazemos quando lemos, querendo ou não, acaba sendo atravessado por variáveis de nosso próprio tempo; penso em um Dom Casmurro, por exemplo, no qual a questão da sociedade patriarcal brasileira no texto não era muito levada em conta à época de sua publicação e hoje a vemos mais “claramente”. Contudo, não creio ser possível negar que há obras cuja fascinação parecem sim ir além de seu contexto “inicial”, gerando fascinação ou até mesmo uma náusea.... Parece-me uma aporia essa questão, mas que bom que os textos ainda se mantém para nos ajudarmos a pensar no antes e agora em que estamos. A questão de “literatura como arena” me lembrou da anedótica querela que Guimarães Rosa tinha com Machado de Assis. Aparentemente, o mineiro detestava Machado e não concordava com sua poética. Caso similar ocorreu com Drummond, porém, no final das contas, ele acabou aceitando (ou compreendendo?) o apelo de Machado. Por fim, essa coisa da falta da “grande arte” é curiosamente sempre citada por setores mais conservadores. Hoje em dia, acusam a Internet, a velocidade da informação, etc, como grandes culpados da falta de “grandes obras”. Obviamente vejo sim que isso afeta a composição de textos, principalmente mais extensos, mas talvez o que ocorra é só o fato que as dinâmicas hoje em dia são outras. Uma obra “grande” pode estar escondida aí em algum lugar, só não sabemos - é também engraçado que essas pessoas sempre têm a pretensão de terem já lido tudo para fazerem tais afirmações sobre o estado da arte na contemporaneidade.

  • @yasminnovais2196
    @yasminnovais21962 жыл бұрын

    Aula 24 É viável pontuar que a obra “ Do Sublime” é marcada por sua inovação que não anula o tradicional, mas o agrega em sua narrativa. Sendo um dos manuscritos mais antigos, e atribuindo a obra a “ Longino ou Dionísio”, o texto/ tratado “ Do Sublime”se tornou uma das obras fundamentais na história da poética clássica e dos Estudos Literários. Em consequência, mesmo que não tenha sido descoberto o autor específico da obra e haja teorias feitas posteriormente, sugerindo como seu autor Dionísio de Halicarnasso (séc. I a.C.) ou Cássio Longino (c. 213-273 d.C.), sendo o autor reconhecido como Pseudo-Longino, esse aspecto não interfere na reflexão literária-retórica, bem como na dicotomia da civilização, natureza e do modo de escrita de tripartição da obra. A obra, além do seu contexto histórico-sócio-cultural da fusão cultural entre Roma e Grécia, conhecido como período Grego-Romano, a obra/tratado com o papel de escrita sublime didática, trata de assuntos importantes como o papel dessa escrita na formação dos indivíduos, a exceder o cidadão acima da realidade , a idealização das regras da escrita ideal do artista e a valorização do cânone reconhecendo seus erros.

  • @Flavio40542
    @Flavio405423 жыл бұрын

    Flavio Augusto Gomes Rosendo A literatura na Antiguidade Clássica está apoiada no tripé bom, belo e bonito. As artes deveriam ser nobres, porque falavam dos deuses; deveriam ser belas, porque expressam o que é bom; deveriam ser boas, porque formam o imaginário e forjam o caráter do indivíduo. A beleza, historicamente, era retratada como apanágio da bondade. Os anjos são, via de regra, representados como entidades belíssimas, cuja beleza seria expressão visual da imensa bondade interna. Os demônios, usualmente, são retratados como seres feios, deformados, de semblante animalesco; a feição disforme seria reflexo de sentimentos baixos, da maldade, da impureza e do pecado. Os modernos, contudo, postularam um novo conceito de sublime, como algo que, por sua grandiosa natureza, produziria sensações de espanto, admiração e perplexidade, a despeito da ideia de bondade ou maldade que lhe pudesse estar associado. O sublime seria algo inacessível e superior ao conceito de belo. Esse conceito de sublimidade foi utilizado, na Idade Moderna, como fundamento para um novo conceito de estética que haveria de representar um rompimento como a Antiguidade Clássica. Autores como Charles Perrault, Fontenelle e Michel de Marolles advogavam a ideia de que o espírito literário deveria avançar em relação aos modelos clássicos, e que os autores franceses seriam os verdadeiros expoentes do classicismo. Em oposição, Nicolas Boilleau, Fénelon e Racine defendiam que a verdadeira arte consistia na imitação dos clássicos e, portanto, na manutenção dos valores estéticos de outrora. Esses movimentos de avanço e resistência em relação ao classicismo ficaram conhecidos como a Querela dos Antigos e Modernos. Na essência, a discussão não era propriamente por novos valores estéticos, mas pela tentativa dos franceses em se afirmarem como a classe culta hegemônica no contexto europeu. Os franceses, ao se afirmarem sucessores dos clássicos, situavam a cultura francesa muito acima dos concorrentes mais diretos (alemães e ingleses). Contudo, o tratado de Longino não aborda questões estilísticas, mas o uso da retórica como meio de se atingir e refletir o que de mais elevado possa existir na natureza humana. A discussão proposta está inclinada à Ética, pois, como define, “o sublime é o eco da grandeza interior”. Nesse sentido, o autor critica aqueles que não abordam a retórica com o valor que lhe é devido, assim como não demonstram os meios e os métodos para que o melhor de cada indivíduo possa florescer.

  • @DeehSLelis0
    @DeehSLelis02 жыл бұрын

    A vigésima quarta aula tem como objetivo fazer um estudo sobre a obra textual intitulada Do Sublime de autoria atribuída a Dionísio ou Longino (ou Dionísio Longino). A aula se inicia a partir de um panorama histórico da ascensão romana que influenciou o diálogo entre a literatura latina e grega. A obra possui um destinatário desconhecido e sendo referido pelo autor como “Postúmio Terenciano”. Ela se inicia fazendo uma crítica ao tratado de Cecílio sobre o sublime (elevação, grandeza extraordinário, “o cume e a excelência dos discursos [...]”) e, a partir disso, o autor expressa sua visão acerca do tema direcionando ao amigo para que este entenda, teça sua opinião e comentários. Tendo isso como base, é levantado a seguinte questão em aula: "é possível ensinar o sublime?”. O autor tece, a partir de breve análises de erros, acertos, superioridade e inferioridade de algumas obras, uma série de métodos e recursos do escrever bem para alcançar o sublime além de reflexões sobre o ato de escrever.

  • @clintonsantos4654
    @clintonsantos46542 жыл бұрын

    Grécia está sob o domínio de Roma, ocorre uma fusão entre a cultura romana e grega, bem como a instituição da “paz romana” que visava uma harmonia entre Roma e os lugares conquistados. A literatura latina bebe largamente da cultura poética grega. Não se sabe ao certo quem escreveu a obra, portanto se referem ao autor como pseudo Longino. Obra que busca discutir ou definir o que é o sublime. Essa criação tem enorme importância sobre o gênio criativo alemão, tendo em seu maior expoente Goethe. O sublime está relacionado à elevação moral bem como à elevação da forma de escrita. Achei muito interessante a ideia da angústia da influência, confesso que me causou angústia, pois se levarmos essa ideia a cabo, como poderíamos competir nessa arena literária? Vale lembrar que Homero é considerado o mais sublime de todos os poetas. Outra consideração interessante é a respeito da decadência ética estar associada a decadência literária.

  • @rafaelpublio2427
    @rafaelpublio24272 жыл бұрын

    Interessante foi, a mim, ter lido a História, de Políbios, semestre passado, tendo em vista todo o contexto histórico desta aula. Assim, aproveito para fazer deste comentário algumas observações a mais da obra em questão e desse cenário que muito influi na atuação de Longino. Sobre o domínio romano, Políbios abre sua História da determinada forma: "Pois quem seria tão inútil ou indolente a ponto de não desejar saber como e sob que espécie de constituição os romanos conseguiram em menos de 53 anos submeter quase todo o mundo hábito ao seu governo exclusivo - fato nunca antes ocorrido?" POLÍBIOS. História. I, 1. Então, o objetivo de Políbios nessa obra é a de narrar toda a história que ele conheceu e testemunhou, tentando mostrar como foi possível que Roma, num período tão curto, conquistasse terras tão vastas, povos tão diferentes. Um deles, claro, os gregos, que, conforme mencionado, pela Batalha de Áccio sucumbiram ao domínio romano. No decorrer da história de Roma podemos notar uma coerência na política de conquistas. Mesmo em relação aos imperadores menos adeptos a essa política, percebemos que há certa coerência quanto às formas de imposição do poderio romano, como no caso de Adriano. O helenismo, manifestação cultural que permitiu uma síntese gigantesca entre o domínio romano e a sua consequente romanização, mas ao mesmo tempo a prevalência de alguns entrelaces culturais dos povos dominados, foi assim fundamental para o surgimento de figuras como a de Longino.

  • @leonardolopes8455
    @leonardolopes84553 жыл бұрын

    Há poucos dias iniciei a leitura dessa obra, e essa exposição, além de prazeirosa, me será extremamente útil! Muito obrigado pela vastidão dos assuntos, autores e temas abordados, seu canal se mostra, cada vez mais, uma paragem obrigatória a quem se debruça sobre literatura e cultura grega. Meus parabéns pelo excelente trabalho!

  • @RafaelSilvaLetras

    @RafaelSilvaLetras

    3 жыл бұрын

    Obrigado pela mensagem, Leonardo! Um forte abraço e boas leituras! Se tiver críticas, outros comentários ou sugestões, não hesite em escrever...

  • @cristianofonseca1946
    @cristianofonseca19462 жыл бұрын

    Conforme Aristóteles, na Poética, “(...) o poeta deve ser um construtor de enredos mais do que de versos, uma vez que é poeta devido à imitação e imita acções”, pensando na capacidade de construir enredos como, além da técnica, baseada na habilidade mimética do autor, e transpondo esse trecho com o que Pseudo-Longino escreve, Do Sublime, o enredo estaria mais fortemente ligado a natureza sublime do autor e os versos (que de acordo com Aristóteles são menos importantes que o enredo) estariam ligados a técnica. Na linha dessa análise, é possível comparar essa natureza de predisposição ao sublime, com a “boa natureza” de Teeteto - no diálogo Teeteto, de Platão - que o capacita e o predispõe à filosofia. Assim como Teeteto tem boa natureza para filosofia, por determinadas qualidades, então aquele que tem “a capacidade de conceber pensamentos elevados” e tem “uma emoção forte e cheia de entusiasmo”, conforme diz Pseudo-Longino, estaria apto e disposto ao sublime. É muito interessante pensar nesses tipos de natureza e na forma como se apresentam por cada pensador, por exemplo, em Maquiavel, n’O Príncipe, há a boa natureza do governante: a virtú. Em Pseudo-Longino há um breve trecho (apresentado como uma ideia de Demóstenes), que, mesmo não se referindo a natureza de governar, lembra muito o que propõe Maquiavel, sobre Fortuna e Virtú, sendo o trecho: “a propósito da vida humana em geral, (...) o melhor dos bens é ter boa sorte e depois saber tomar boas decisões”. Interpretando esse trecho sobre duas óticas, de um lado Pseudo-Longino dirá que “boas decisões” e “boa sorte” são referentes ao autor ter o domínio da técnica e ter a natureza do sublime, enquanto do outro lado, Maquiavel dirá que são referentes ao príncipe ter boa Fortuna e Virtú. E é a partir do que cada um pensa sobre uma natureza apropriada para tal coisa ou outra, que Pseudo-Longino atribui o sublime a Homero, Platão e Demóstenes; e Maquiavel com seu critério atribui a Virtú a Ciro, Rômulo e Teseu (por exemplo) como exemplo de governantes virtuosos. Reforçando o já dito, é importante pensar em como cada pensador se refere a certos tipos de natureza para certas atividades, e é interessante ver que há isso em Pseudo-Longino também. Obs: a palavra "sublime" me remete muito a epifania em Clarice Lispector, e não somente a uma espécie de emoção, mas mesmo, a própria palavra "epifania".

  • @camilafrancinebh
    @camilafrancinebh3 жыл бұрын

    Olá professor, tudo bem? Aqui os pensadores alemães valorizaram a poesia, ou ainda era vista como as helenisticas? como foi a recepção dele? Lendo parece que estou lendo uma obra clássica grega, Talvez pode ser uma visão errada, não sei. Mas é como leio. É ao mesmo tempo é como uma obra de arte física poética. Como se estabelecesse parâmetros para dizer o que é ou não o Sublime. Ou será uma crítica as poesias anteriores, como se tentassem ser Sublimes.

  • @RafaelSilvaLetras

    @RafaelSilvaLetras

    3 жыл бұрын

    O Sublime teve uma recepção moderna bastante rica, Camila. A partir de uma tradução francesa (feita pelo Boileau, salvo engano), ele foi muito amado por poetas da estatura de um Goethe e contribui com a reflexão moderna sobre o sublime (em estética). Um forte abraço e até a próxima!

  • @helenaelias1264
    @helenaelias12643 жыл бұрын

    Aula 28 Do patético ao sublime As melhores figuras são aqueles que não parecem figuras, diz Pseudo Longino em seu Do Sublime, características intrínsecas a ele também são ἔκστασις e ἔκπληξις . É interessante observar que as duas palavras no grego tem a preposição ek, que significa estar fora de algo, no primeiro caso de fora de uma colocação, στασις, e no segundo de fora de uma determinação,κπληξις .“A poesia tem por finalidade o assombro e a dos discursos em prosa a evidência, ambas, porém, procuram o patético e a comoção”.Quando se está de fora da lógica da racionalidade, nos encontramos com o patético, o enredo deve apontá-lo. O patético é detectado no contexto grego quando ao se propor virtuoso, e dono de um discurso que têm como fim a verdade, Platão, expõe em seus diálogos um estilo que guia a noção posterior de romance .É patético para Platão o realismo político de Trasímaco no Livro I da República . Mas o patético enquanto enredo é essencial, por exemplo, na poesia marginal brasileira, que no período da ditadura militar no Brasil tranjando-se de brincadeira, critica e leva ao sublime. É o vômito do imperialismo estado-unidense, mas também é uma nova nuance na escala do sublime. É Ledusha dizendo em seu poema “new-maiakovski”, “ Prefiro toddy ao tédio”., é Chacal alertando em seu “20 anos recolhidos” ao fim da ditadura , “ chegou a hora de amar desesperadamente ,apaixonadamente.” Pensar que um manual do sublime antigo ainda hoje diga muito do que buscamos em poesia, é emocionante, as imagens fortes, de palavras e de pensamento ainda nos cercam e comovem, afirmo ainda, pensar no sublime é pensar no escape, no não estar dentro e por muitas vezes, ser patético.

  • @RafaelSilvaLetras

    @RafaelSilvaLetras

    3 жыл бұрын

    Cara Helena, obrigado por trazer aqui mais um instigante comentário. Excelente articulação entre os contextos do texto de Pseudo-Longino com questões da poética contemporânea. Suas leituras e reflexões são muito agudas, Helena! Obrigado por participar assim do curso e continue assim! Um forte abraço!

  • @mayaramachado9187
    @mayaramachado91872 жыл бұрын

    Comentário aula 24: De um ponto de vista analítico e argumentativo, “Do Sublime” apresenta muitos pontos interessantes, mas eu devo admitir que tenho minhas reservas com ela. Naturalmente, como comentado na própria aula, existe seu valor em refletir as construções teóricas/literárias da maneira que é feito aqui, porém, talvez de uma maneira um pouco ingênua e pensando na nossa própria contemporaneidade, me parece bem decepcionante. Talvez algumas expressões admiráveis sejam eternas e universais (claro, cá estamos nós em 2021 lendo obras produzidas no período antes de Cristo e tirando novas conclusões sobre elas) e talvez certos aspectos do mundo e da humanidade sejam decepcionantes e estejamos um pouco perdidos, mas essa questão da “superação” e de “incapacidade de se comparar com os que vieram antes” que já surgiu em diversos momentos por diversos autores (principalmente nesses últimos períodos estudados) é um pouco decepcionante. Parece existir, hoje em dia, muito dessa consideração de que não há nada de especial, ou de impressionante, e que o valor está muito em uma ideia nostálgica de quem já obteve sucesso anteriormente (uma nostalgia por coisas que nem foram de fato vivenciadas) e essa espécie de saudosismo me parece tão banal e fácil de se obter quando encaramos as questões em retrospectiva, que me inclino a questionar seus méritos. Uma quantidade massiva de autores que admiramos tão fortemente hoje em dia foram violentamente rechaçados em suas próprias épocas. Muitos faleceram sem perspectiva nenhuma de sucesso. Claro que não vou questionar o brilhantismo e a capacidade de permanecer na memória de determinadas obras como as homéricas, por exemplo, mas também me pergunto o quão válido é essa ideia de um “sublime” quando penso no quão instável isso pode se tornar. Talvez algumas obras admiradas hoje continuem assim por mais uma centena de anos, talvez eventualmente elas sejam abandonadas contra as nossas expectativas. Justamente, essa comparação não é apenas intimidadora e complicada, mas também nos transmite a sensação de que não há nada de novo a ser oferecido para o mundo a essa altura da história. Mas muitas ideias brilhantes vieram de adaptações de outras já existentes e muitas ideias brilhantes não eram consideradas brilhantes quando elas apareceram pela primeira vez. E é, novamente, repetitivo pensar nessa distinção entre o que é de fato incrível apesar de sua falta de regras e ordenação em comparação com outros movimentos ou autores com rigidez formal ou rebuscamento de escrita e linguagem, quando isso mesmo tende a flutuar ao longo da história - e cada um, pelo menos na minha opinião, tem seu próprio mérito e finalidades diferentes. Acho que me desviei um pouco do que era o objetivo aqui, mas essas questões são muito interessantes de se refletir, acredito eu. Excelente aula, muito obrigada :)

  • @RafaelSilvaLetras

    @RafaelSilvaLetras

    2 жыл бұрын

    Excelente comentário, Mayara! Não se desviou nadinha... Ou, se desviou, foi um sublime desvio! Parabéns! Um grande abraço e até a próxima!

  • @thebrazilianhuguenot
    @thebrazilianhuguenot3 жыл бұрын

    Aula 29: Dessa vez, farei dois comentários que não estão muito conectados entre si. Espero que os dois façam sentido: 1. Até pouco tempo, meu conhecimento a respeito da discussão sobre o sublime se limitava à leitura de certos trechos da obra Investigação Filosófica sobre a Origem de Nossas Ideias do Sublime e do Belo, escrita pelo irlandês Edmund Burke. Nessa obra, que atraiu até mesmo Kant, Burke continua a tradição de pensamento iniciada por Pseudo-Longino de que o sublime é algo universal e que transcende barreiras culturais e históricas. No caso burkeano, até onde me lembro, a discussão é mais ampla: sublime e o belo são duas reações ou percepções do indivíduo diante de objetos, pessoas, lugares, etc. Basicamente, coisas belas são normalmente pequenas, delicadas e graciosas, como uma efêmera, porém agradável, flor. O sublime, por outro lado, faz referência a coisas grandiosas que evidenciam a pequenez e fragilidade dos seres humanos, como montanhas, grandes construções ou fenômenos climáticos, o que tende a gerar sentimentos de temor e humilhação. É claro que a obra de Burke é bem diferente de Do Sublime; entretanto, é perceptível a influência de Pseudo-Longino na história da Filosofia Estética. 2. Concordo com você, Rafael. Um posicionamento mais engajado com as realidades em que o artista está inserido é importantíssimo para que algum tipo de transformação social seja alcançada. Além disso, ressalto que, como você afirmou no final da aula, a visão escapista sobre a arte também é válida e digna de ser escutada e entendida, uma vez que, de fato, produções literárias, musicais ou arquitetônicas podem ser um meio para fugir da caótica realidade em que nos encontramos (tanto para os artistas quanto para quem entra em contato com a obra, acredito eu). Após um longo e enfadonho dia, no qual estivemos em direto contato com a “baixeza que reina debaixo da torre”, encontrar o sublime em Shakespeare ou Bach pode ser libertador e revigorante.