As Influências da Neoescolástica na Psicologia como Ciência e Profissão na Argentina e Brasil

No início do século XX, quando a psicologia moderna dava seus primeiros passos de institucionalização na Argentina, num mundo cada vez mais secularizado, parecia que a ciência excluía qualquer possibilidade de relação com o campo religioso, mas um novo programa de psicologia científica se organizou nas entranhas do catolicismo na Europa e se difundiu nas Américas até a Argentina. Este programa foi identificado com o movimento neoescolástico que respondeu ao chamamento do Papa Leão XIII, em 1879, para uma renovação do pensamento católico na Encíclica Aeternis Patris. A neoescolástica procurou implantar uma ciência psicológica livre de interpretações mecanicistas e reducionistas. A circulação e o impacto que alcançou na psicologia em diferentes países durante a primeira metade do século XX foi visível numa ampla rede de universidades, programas de formação e investigação, relações de discipulado, publicações de revistas e manuais e na inserção em sociedades científicas e congressos internacionais. Esta comunicação procura descrever a incidência da neoescolástica na institucionalização da psicologia argentina como ciência e profissão entre os anos 1900 e 1960. Destaca a trajetória de acadêmicos católicos argentinos inspirados por ideais neoescolásticos que, num esforço para contribuir para a psicologia científica, empreenderam estudos de doutoramento pioneiros no estrangeiro. São descritas as suas contribuições para o ensino local de graduação e pós-graduação e a sua integração na comunidade científica argentina.
Organização
Grupo de Pesquisa Tempo, Memória e Pertencimento
Coordenador:
Rodolfo Luís Leite Batista (UFJF)
Programação
Exposição:
María Andrea Piñeda (Universidad Nacional de San Luís, Argentina)
Debatedora:
Raquel Martins de Assis (UFMG)

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