Conversamos com Luci Collin, autora dos livros "Olho reavido" (poesia, Iluminuras, 2022, 108 p.) e "Dedos impermitidos" (contos, Iluminuras, 2021, 120 p.). O livro de poesia tem texto de orelha de João Almino, além de uma Apresentação de André Seffrin. No volume de contos, o texto de orelha é de Guilherme Gontijo Flores e o Prefácio é de Maria Esther Maciel. Esta é a primeira conversa no canal sobre dois livros de mesma autoria.
Luci Collin é poeta, ficcionista, tradutora e educadora curitibana, tem mais de vinte livros publicados. Foi finalista do Prêmio Oceanos com "Querer falar" (poesia, 2014), segundo lugar no Prêmio Jabuti de 2016 com o livro de poesia "A palavra algo", finalista do Prêmio Jabuti com "Rosa que está" (poesia, 2019) e terceiro lugar no Prêmio literário Clarice Lispector, da Biblioteca Nacional com "Dedos impermitidos". Participou de diversas antologias nacionais e internacionais (nos EUA, Alemanha, França, Uruguai, Argentina, Peru e México). Com Doutorado em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês (USP, 2003), é professora aposentada do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas da UFPR. Ocupa a Cadeira n.32 da Academia Paranaense de Letras.
Na conversa, Luci Collin começou refletindo sobre sua relação com a literatura, que se faz essencialmente pelo ato criativo dentro de uma sociedade, e muito menos pelo apego à construção de uma obra. Autora de muitos livros, ela comentou aspectos da recepção a seus textos, por exemplo a diferença enunciada nas leituras quanto à voz autoral na poesia e na prosa ficcional. Luci tratou do seu percurso na literatura, suas publicações, o impacto relativo dos prêmios na sua presença pública de escritora (ela disse ser mais conhecida por sua poesia). Fazendo uma abordagem histórica da literatura de Curitiba, a escritora falou de Dalton Trevisan e Paulo Leminski, pensando o seu lugar estético (por exemplo a condição de "edição" e de serialidade presente nos seus textos) naquele universo cultural. Com predileções experimentais, exigindo a participação do leitor, Luci respondeu sobre um suposto caráter hermético atribuído a "Olho reavido". Ela contextualizou a produção dos poemas do livro, apontando um peso trágico (da política, da condição ambiental, da pandemia) a embasar os escritos daquele momento. São poemas que estabelecem uma relação filosófica e estética próxima do zen-budismo, mas que se abrem também a um tempo presente público, além do caráter de investimento na sonoridade, como no caso dos sonetos "desviantes" da obra. Sobre "Dedos impermitidos", Luci respondeu sobre sua experimentação inventiva, em especial quanto ao conto sobre a vida de Jonathan Swift, autor que, para ela, trouxe ao mundo um "serviço de humanidade". Ao fim, após comentar sobre o livro de contos, Luci Collin leu trechos das obras. Foi uma excelente conversa!
Você pode adquirir os livros desta conversa nas livrarias ou nos links da Iluminuras: www.iluminuras.com.br/olho-re... e
www.iluminuras.com.br/dedos-i...