Se a ideia central da sua proposta é aceitar a realidade, é preciso também levar em conta alguns elementos. Por exemplo, não faz sentido esperar que a universidade entenda o Olavo. Entender um objeto é o oposto da formação universitária: essa última implica absorver um ângulo do objeto, instituído em uma linguagem e tradição própria (a ciência) e trabalhar em cima disso; entender o objeto implica o contrário, além de reunir a documentação disponível, desde as ciências até relatos, e montar tudo num conjunto harmônico. Ou seja, pela própria estrutura da produção de conhecimento, não faz sentido exigir que saia da academia uma crítica ao Olavo. O que pode acontecer é pessoas recortarem partes da obra do Olavo pra encaixar dentro dessa discussão, coisa que ainda não foi feita, porque, em geral, olavettes não gostam de universidade. Pra mim a grande questão da briga do Olavo com a academia desde o Imbecil Coletivo é pra denunciar esse problema. Não sou capaz de dizer se ele esperava que isso fosse mudar alguma coisa, mas o fato é que não mudou. Ao que parece a única alternativa que existe não é xingar a universidade, mas construir um outro modelo de instituição cujo foco não seja o ângulo sobre o objeto, mas a integração das documentações disponíveis para recompor os objetos em si mesmos. De certo modo isso era a função da cultura popular e da cultura erudita, mas a primeira foi engolida pela cultura de massa, e, quanto à última, Olavo foi, por assim dizer, o "último". Não sobrou mais nada, e não há mais espaço social nem para a cultura popular verdadeira (e não seu arremedo pop) nem para a cultura erudita. Não sei o que se pode fazer sobre isso, mas o livro do Ronald Robson é um exemplo de reclamação que nem mesmo tenta diagnosticar a raiz real do problema. Vida que segue.

Uma pequena nota meio fora de tópico, eu acho que você poderia se beneficiar bastante da leitura do filósofo espanhol Leonardo Polo. A ideia da filosofia quadrante, talvez se beneficie com o "abandono do limite mental" e as quatro áreas de conhecimento da realidade.

Turma de letras e filosofia conseguem transformar o mundo, baseado na visão que eles possuem da realidade. Vide o que o Estruturalismo fez com a linguagem e com o significado do mundo. O que era absurdo na antiguidade, hoje é tratado como "razoável", vemos, inclusive, isso ocorrendo com o advento da cultura woke. Sobre o tema do vídeo referente ao Olavo, é notório que os "detratores" do Olavo apenas atacam questões contingentes sobre o professor Olavo, eu JAMAIS vi alguém abordar a Filosofia do Olavo sem cair nas mesmas falácias presentes tanto na esquerda, quanto nessa área "limpinha" do tradicionalismo. São poucos que abordam a Filosofia olaviana com seriedade, ainda não li o Ronald Robson, fiquei com bastante receio ao Robson por conta da onda de "intelectuais" que vieram usar a imagem do Olavo para benefício próprio, sem falar nos "intelectuais" que usam boa parte do conteúdo passado pelo Olavo sem darem o devido crédito.

@andersonteixeira3835

20 күн бұрын

@@Mimi-hv5mt O livro do Ronald é bom. Acredito que ele pincelou, há temas ali que demanda tempo... Mas é um ótimo trabalho inicial

@Mimi-hv5mt

20 күн бұрын

​@@andersonteixeira3835bacana demais pra ajudar o pessoal. Pretendo ler o Ronald pra ver o que ele captou, com o tempo fui vendo que ele é um cara sério. É que quando a gente começa a ler o Mário, meio que o interesse acaba sendo deixado pra depois. Óbvio que não se deve menosprezar essa nova geração, coisa que infelizmente tendemos a fazer, por conta da ideia de considerar sempre o "antigo" melhor, no entanto, há coisas que foram trazidas na modernidade que são positivas para nós.

@Mimi-hv5mt

20 күн бұрын

​@@andersonteixeira3835agradeço novamente por continuar com o canal.

@WolfGamers100

19 күн бұрын

Outras pessoas que eu recomendo que tratam da filosofia de Olavo de Carvalho são o Helkein, o pessoal do Jornal Cidadania e o Mário Chainho. Os dois primeiros têm textos na Internet sob diferentes pontos da filosofia dele, o Jornal até mesmo tem um tratado de exposição da incompreensibilidade critica-acadêmica a Olavo um txt contando atualmente três partes mostrando como a academia não entende Olavo. E o Mario tem um livro comentado um pouco da filosofia de Olavo e uma apostila perdida na Internet sobre o COF, uma introdução diga-se. P. S. Ainda não vi o vídeo e não sei se ele citou algo disso, se não, tai a referência.