"Se, depois de minha M..., alguém quiser escrever a minha biografia".
Uma pequena obra prima de Fernando Pessoa - mais uma. No último ano de vida de Alberto Caieiro surgem estes versos focando na visão naturalista, espinozana e racionalista do maior poeta da Língua Portuguesa (talvez o maior do mundo de todos os tempos).
Em nosso vídeo 013 do AXISMUNDI CHANNEL trazemos uma vez mais a
caneta poderosa e inquietante do mestre Pessoa. Acompanhe sentado ou
deitado, porque se estiver em pé poderás sentir uma fraqueza nas pernas.
A leitura atenta das linhas poderosas em simbolismos e mensagens
arquetípicas nos atinge em cheio, é uma experiência devastadora mas
fascinante, cativante e até mesmo viciante. Quem lê Fernando Pessoa
nunca mais será o mesmo - se tiver o olhar aguçado pela sensibilidade
mais coerente e realista da vida e de nossas emoções.
FERNANDO PESSOA
Fernando António Nogueira Pessoa, nascido em Lisboa aos 13 de junho de 1888, falecido na mesma cidade em 30 de novembro de 1935, é considerado por muitos o melhor poeta de toda a história. Além de filósofo, dramaturgo, ensaísta, astrólogo, inventor, empresário, crítico literário e comentarista político era também um grande simpatizante das tradições esotéricas mais ancestrais - por isso sempre haverá espaço privilegiado para ele entre as colunas de nosso canal. Publicou 4 obras em vida, sendo só uma na língua portuguesa. Utilizava personalidades distintas chamadas de "heterónimos". Surgiram assim Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro.
O POETA ALBERTO CAIEIRO, O ÚNICO DA NATUREZA
O ilustre artista Alberto Caeiro da Silva nasceu na cidade de Lisboa em 16 de abril de 1889. Era órfão de mãe e de pai. Nunca teve qualquer formação, não passou da escola primária. Morava e vivia no campo, como um sitiante ou lavrador, com ajuda e proteção de uma tia atenciosa.
Sua visão de mundo era focada no simples, básico e direto das coisas da vida, da natureza, sem grandes transcendências, sem buscas metafísicas de sentidos ou de universos paralelos, imaginários ou frutos de delírios. valorizando os sentidos, aquilo "que é", ou o que temos de concreto e real e que movimenta os nossos afetos pelos sentidos, sem muitas pretensões de achar os porquês disso e daquilo. Marcada por um profundo ceticismo, um incômodo pessimismo ou uma crua abordagem de como gira um mundo em ruinas, sua concepção de como encarar a existência tem raízes ecos no materialismo pré-socrático, no epicurismo e em Espinoza. Caieiro nunca cuidou muito bem da saúde e faleceu jovem, em 1915, de tuberculose. Seu último poema merece estar aqui em nosso rol de obras que podem, quem sabe, reorientar o eixo dos mundos.
AXISMUNDI & o UNIVERSO POÉTICO
Uma vida sem poesia, não vale a pena ser vivida. O poder desta sublime arte de paralisar nossos afetos, de reverter a noção de tempo e espaço, e de nos elevar (ou rebaixar) a planos circunstanciais das mais variadas gradações são suas marcas mais fortes. E nesta ágora, brilha o talento extraordinário de Fernando Pessoa. O mestre dos mestres. Vida longa e próspera à obra imortal do maior artífice da última flor do Lácio! Vivas!
AXISMUNDI Channel
Reequilibre o Mundo (e o seu mundo) pelo Eixo das Artes e da Poesia.
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