COLÔNIA CECÍLIA - AFONSO SCHMIDT

COLÔNIA CECÍLIA
Foi uma comuna experimental baseada em premissas anarquistas. Fundada em 1890, no município de Palmeira, no estado do Paraná, por um grupo de libertários mobilizados pelo escritor e agrônomo italiano Giovanni Rossi (1859-1943). A Rede Bandeirantes exibiu pela primeira vez em 1989 a minissérie Colônia Cecília, escrita por Patrícia Melo e Carlos Nascimbeni, em que o drama foi protagonizado por Giovanni Rossi, interpretado por Paulo Betti.
Afonso Schmidt nasceu na cidade de Cubatão em 29 de junho de 1890. Em 1905 fez prova para a Faculdade de Direito de São Paulo, mas não cursou. Trabalhou na construção da estrada de ferro como puxador de trena. Foi para o Rio de Janeiro, atraído pelas comemorações da posse de Afonso Pena. Viajou para a Europa sem passaporte e sem condições financeiras. Alugou um apartamento fiado na capital portuguesa. Foi de comboio para Paris, onde conseguiu um emprego em uma editora de dicionários francês-portuguêsa. O dinheiro que ganhava na editora não era suficiente; seus pais sempre lhe mandavam dinheiro, que ele tentava ajustar ao seu cotidiano como podia. Com melhores condições financeiras, retornou ao Brasil. Fundou o jornal Vésper, e em 1911 publicou Janelas Abertas, seu primeiro livro de poesias. Voltou à Europa na terceira classe do navio Garibaldi, novamente com poucos recursos financeiros. Foi para Gênova, e depois seguiu de comboio para Milão. Conseguiu um emprego como correspondente em língua portuguesa de um jornal, por três meses. Desempregado novamente, escreveu cartas aos seus amigos de Santos pedindo ajuda financeira. Recebeu 50 libras de um, e com esse dinheiro retornou à França. Logo depois, ficou novamente sem dinheiro e sem ter onde morar. Enviou uma carta a Dom Luís de Bragança e, oito dias depois, recebeu 50 francos. Foi para Marselha, procurou o consulado brasileiro e conseguiu uma passagem de volta ao Brasil. Pensou em alistar-se na Legião Estrangeira, sendo recusado por ser considerado franzino. Quando voltou a Santos, começava a I Guerra Mundial. Cansado da vida na cidade, retornou ao Rio, onde se tornou diretor do jornal Voz do Povo, da Federação Operária, no período entre 1918 e 1924. Voltou a São Paulo e trabalhou na Folha de S.Paulo e no O Estado de S. Paulo onde ficou até próximo da sua morte. Foi pela Folha que publicou os romances A Sombra de Júlio Frank, A Marcha e Zanzalá (uma novela de ficção científica) em folhetim. Sua história é tratada no livro semi-autobiográfico O Menino Felipe e A Primeira Viagem. Publicou mais de 40 livros, entre eles O Menino Filipe (romance), A Vida de Paulo Eiró e São Paulo de meus Amores (crônicas), O Tesouro de Cananéia (contos) ou A Primeira Viagem (autobiográfico).
Recebeu o Troféu Juca Pato, prêmio Intelectual do Ano, em 1963, concedido pela União Brasileira de Escritores. Também recebeu 5 prêmios pela Academia Brasileira de Letras.
Zanzalá (1928) é obra pioneira da ficção científica brasileira, uma das de maior destaque na primeira metade do século XX pelo seu conteúdo de brasilidade e pela forma como orquestra diferentes temas e situações. A obra foi escrita em 1928 sobre a cidade em 2028, ou seja, 100 anos após a publicação original. O livro toma como cenário o mundo após a Segunda Guerra Mundial, onde a Europa foi destruída pela guerra. Uma cidade chamada Zanzalá, localizada entre a Serra do Mar, depois de Paranapiacaba, é uma sociedade altamente avançada, com tecnologia de ponta, onde os seus cidadãos são extremamente cultos tanto às artes quanto às ciências. O autor fala de objetos fantásticos e altamente tecnológicos como casas portáteis e também de objetos que chegaram a ser inventados muito após a publicação do livro, tal como leitores de livros digitais. Zanzalá é uma referência à cidade de Cubatão, local de nascimento do autor. A primeira revista de estudos sobre ficção científica do país, da Unicamp, homenageia a obra no seu nome: Revista Zanzalá.
Patrono da cadeira 138 do Instituto Histórico e Geográfico de Santos. Foi membro da Academia Paulista de Letras que chegou a presidir, ocupando a cadeira nº 10 cujo patrono é Cesário Mota Jr. Foi diversas vezes preso por expressar o que pensava. Ganhou destaque também por campanhas que realizou contra o fascismo e o clericalismo, com panfletos ou livros, peças teatrais e artigos. Fez parte da redação dos importantes periódicos libertários, A Plebe e A Lanterna, ao lado de figuras lendárias do movimento anarquista brasileiro como Edgard Leuenroth e Oreste Ristori. Morreu em São Paulo, no dia 03 de abril de 1964, aos 73 anos. Em 2009, o município de Cubatão homenageou-o com a Semana Afonso Schmidt.

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  • @rogerinhorocha1970
    @rogerinhorocha1970Ай бұрын

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