Capítulo 2 - Ensinar Não é Transferir Conhecimento - Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire
Quando o professor entra em sala de aula ele já se mantém imediatamente aberto às dúvidas, às curiosidades e às inquietações dos alunos, Conheça o curso goo.gl/mNoV1t
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Roteiro, direção e apresentação
André Azevedo da Fonseca
Realizadores
Edudream www.edudream.co
Costureiras de Histórias
Adriano Espíndola Cavalheiro
Cristina Amorim
Jose Cezar Pimentel da Silva
Produtores executivos:
Abigail Silva , Ana Paula Pajaro, Ananda Gabriel Matos, Andrea C. Centeno R. da Cunha, Antonio Serra, Aparecido Passarelli, Bruno Mazzo, Carlos von Sohsten, Gustavo Lopes Perosini, Héctor Pittman Villarreal, Indiara Ferreira, Júlio Prado, Kennedy Piau Ferreira, Luís Fernando Oliveira, Luiz Carlos Jeolas, Marcelo Silva, Márcia de Fátima Martinez, Marta Rosenaide Lucena, Michelle Reis, Natalia Aparecida Morato Fernandes, Paulo Machado, Ricardo Moraes Cardoso Pereira Filho, Rogério Francisco Borges Pereira Faria, Vinícius Silva Flausino, Zilda Andrade
Incentivadores
Ana Elisa Santana, Antonio Luiz Gonçalves Albernaz, Camila Barbosa Martins Nogueira, Carla de Oliveira Tôzo, Clarissa Paulo Barreira, Cleusa Rocha Asanome, Daniel Burle Orlandine, Daniel Fernando Francener, Fabiola Gomes, Gabriel Gauss de Moraes Morais, Glaucio Henrique Chaves, Ilce Mara de Syllos Cólus, Lucas Maier, Pris Normando, Priscila Drumond Pinheiro, Ralfer Zaidan, Tais Oliveira Peyneau, Vanessa Ferreira Pinheiro. William Grasel
Apoiadores
Alexandra Bujokas de Siqueira, Alina de Almeida Linch Silva, Augusto Cesar de Castro, Danielle Sales, Elisa Maria Furtado de Mendonça, Fabrício Alves, Felipe Caruso, Felipe Mateos, Iara Fernandes, Juliana Reis, Livia Maria Macedo, Mabel Nyland, Paulo Roberto de Oliveira, Quilédia Cristina Scaranello, Rafael Fernando da Fonseca, Renato Garcia, Ricardo Costa, Talitha Brinati Dornelas, Tânia Mara Garcia, Thais Helena de Syllos Cólus, Thiago Henrique Ramari, Thiago Riccioppo.
E mais dezenas de apoiadores listados no primeiro vídeo de introdução da série -- • Pedagogia da Autonomia...
Trilha sonora: Hermeto Pascoal - Viva Jackson do Pandeiro
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Na perspectiva pedagógica da autonomia, quando a professora entra em sala de aula ela já se mantém imediatamente aberta às dúvidas, às curiosidades e às inquietações dos alunos, e também se coloca igualmente atenta às inibições, aos silêncios e à timidez que às vezes impõem obstáculos sérios à formação de alunos participativos, críticos e questionadores.
A noção de que ensinar não é transferir conhecimento não deve ser apenas apreendida pelo professor e pelos alunos nas suas dimensões éticas, políticas, epistemológicas e pedagógicas. Mas deve ser testemunhada e vivida na prática.
Não adianta falar bonito sobre pedagogia se a prática não se configura em um exemplo concreto do discurso.
Ou seja, no próprio ato de falar sobre a construção do conhecimento, a aula já deve envolver os alunos na própria formulação deste raciocínio.
Porque quando todos e todas realmente participam desse exercício do pensamento e se enxergam como participantes, como sujeitos desse processo, essa noção fica clara.
Agora, se o professor, em um curso de formação docente, explica aos alunos que ensinar é criar as possibilidades para a produção do conhecimento, mas ele mesmo contradiz o seu discurso ao interromper a fala dos alunos, ao se mostrar impaciente com as pausas, os acanhamentos e os embaraços que são naturais no processo de raciocínio e de aprendizagem, sua própria aula se torna inautêntica e perde a eficácia.
Esse discurso bonito que não é testemunhado na prática é tão falso quanto quem pretende estimular o clima democrático na escola através de métodos autoritários.
É tão fingido quanto quem diz combater o racismo, mas quando perguntado se conhece aquela profissional negra, ele diz assim: Conheço sim. Ela é negra, mas é competente e decente.
É preciso ficar claro que a conjunção mas naquela frase implica em um juízo falso, ideológico. Aquela afirmação sugere que, por ser negra, não se esperaria que ela fosse competente e decente. Mas como o interlocutor reconhece a decência e a competência daquela profissional em particular, “apesar” de ser negra, a conjução mas lhe pareceu... natural nessa frase.
É exatamente assim que se esconde um julgamento de valor ideológico sob uma linguagem pretensamente neutra.
A noção de que ensinar não é transferir conhecimento implica uma postura exigente, autocrítica e às vezes penosa que temos que assumir com os outros.
É difícil, entre outras coisas, pela vigilância constante que temos de exercer sobre nós mesmos para evitar os simplismos, as facilidades e as incoerências.
Пікірлер: 41
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Prof. André, obrigado por esses vídeos, são de grande importância para entender e mudar meus conceitos sobre a educação. Agora que tenho filho, vejo mais ainda a necessidade de transformar meu pensamento para dar a ele uma educação vinculada com sua vida. Estou encarando-os como aulas, mesmo não conseguindo ser regular, mas comprei essa briga para mim e para ele.
Realmente muito bom!
TODOS E TODAS é redundante professor. Derivado do latim, a palavra TODOS já faz menção à ELES e ELAS.
11 ай бұрын
Veja outros vídeos da série. Dizer TODOS e TODAS não se trata de apenas uma escolha técnica. É uma escolha política que decide explicitamente mencionar homens e mulheres, em vez de generalizar no masculino e ocultar a perspectiva feminina.
Excelente explicação!
Paulo Freire nunca esteve tão presente quanto agora, vídeo de 2015, porém parece que foi gravado agora, quem dera que todos antes das eleições estivessem procurado Freire.
Excelente aula. Parabéns!
Eu sou estudante de licenciatura, cê me ajuda bastante.
Me senti de novo na faculdade, com as disciplinas de licenciatura. :3
6 жыл бұрын
Que bom que o vídeo foi útil! Seja sempre bem-vinda! :)
ótima aula. Qual o nome da música que toca no início do vídeo?
@joaodjane
5 жыл бұрын
Hermeto Pascoal - Viva Jackson do Pandeiro
Olá Mestre, e o restante dos vídeos, existem ou existirão?
8 жыл бұрын
+Fabio Gomes Sim, existirão. A série está em andamento. Atrasei um pouco porque, com esse semestre letivo diferente da UEL, por conta da greve, trabalhei até no tempo livre para revisar trabalhos do mestrado, fechar o semestre e replanejar as aulas. Mas logo recomeço!
Não encontrei no Google nenhuma instituição em que Paulo Freire se formou
4 жыл бұрын
Universidade do Recife, em 1946
Alguém sabe me dizer em quais países adotaram o sistema Paulo Freire?
4 жыл бұрын
Não existe um "sistema" Paulo Freire. Sua obra é estudada nas principais universidades do planeta. www.huffpostbrasil.com/entry/paulo-freire-universidades_br_5c7afa9ce4b0bb3ddff1afcc
Excelente vídeo, porém, em minha parca opinião, acredito e defendo que o professor tem sim de passar conhecimento. Ora, ele é formado para isso. Uma maneira de ensinar que priorize as particularidades de cada aluno é que será fator determinante para o sucesso. O aluno precisa enxergar o professor como mestre e não como mero sujeito de intermediação entre ele e o conteúdo. Se quisermos valorizar os professores, vamos colocá-los no lugar que nunca deveriam ter saídos.
@biank598
3 жыл бұрын
👏👏👏👏👏👏👏
Os professores são entes amorosos por natureza, pois seu ofício é altruísta. As durezas da profissão (sacerdócio, pois exige vocação) pode endurecer, também, seu coração. Infelizmente, o professor não tem muito tempo para leitura, ou assistir um excelente vídeo como os dessa série, por isso não colocamos em prática as idéias aqui apresentadas, embora tenhamos uma noção intuitiva delas...
8 жыл бұрын
+Antonio Bronzoni Tem razão, Antonio. Um dos capítulos deste mesmo livro discute justamente a necessidade da valorização profissional para a qualidade da educação. Professores devem conquistar o direito de ter tempo para leituras, não é? Há um longo caminho a ser disputado!
"Ensinar não é transferir conhecimento", sim, eu denomino o educador como um *FACILITADOR* do conhecimento, mais que isso, da produção do saber e da criação do pensamento. Mas o pensamento Freiriano me leva a interpretar que Paulo Freire enfatiza radicalmente um "empirismo educacional", o que não leva à produção de ciência e desenvolvimento crítico racional, mas a uma forma sutil de não pensar ou fazer o aprendiz acreditar que pensa.
Жыл бұрын
Veja os outros vídeos da série. Freire não enfatiza esse "empirismo educacional." Além de capítulos específicos sobre a importância de pensar com os métodos da ciência e incluir a pesquisa nas atividades de ensino, o livro também ressalta a necessidade da reflexão sobre a própria prática - ação que busca precisamente a autocrítica. kzread.info/head/PL0k4OibqI6p5bSxA-fgRBpVoLYb2uKJ8-
De onde esse professor tirou alunos tímidos e silêciosos
Tô eu aqui lendo,e , aí procuro uma opinião, e encontro uma pessoa, também lendo o texto. Como ensinar não é transferir conhecimento? Vou criar possibilidades para se criar conhecimento partir do que?
3 жыл бұрын
Essa questão está presente em outros vídeos da série. Mas em síntese, o conhecimento é criado a partir das experiências e do conhecimento que os estudantes trazem para a aula. Estudantes não são caixas vazias. Por isso, a educação não começa do zero. O ponto de partida é a inteligência que eles já trazem.
@iedaoliveira4628
2 жыл бұрын
@ é um discurso bonito, mas sabemos que muitos de nossos estudantes levam desvantagens com isso. A abordagem de Pierre Bourdieu nos mostra claramente isso. A bagagem que se traz do convívio familiar e de sua comunidade, muita das vezes marginalizam estudantes que não tem as mesmas condições que outros de uma classe mais elitizada. Precisamos de um meio termo. De levar sim conhecimento aos nossos alunos. Não podemos dizer que uma criança que o pai leva a museus, teatros, cinemas, por exemplo tenha a mesma bagagem daquele que chega na escola porque sabe que lá, ela tem o que comer. Considero sim Paulo Freire, mas não como única verdade.
@JalmirPSilva
Жыл бұрын
Não vale a pena, os educadores simplesmente ganham para publicar a desinformação. é óbvio que educar é transmitir conhecimento. Eles só ampliaram a resposta. com objetivos acadêmico$$$
Apoio Paulo Freire, os métodos tradicionais são uns holocaustos para os alunos, tive professores carrascos e até hoje tem trauma deles, faço totalmente ao contrário dos meus antigos professores, hoje sou professora tento ao máximo ter uma boa relação com meus alunos sem precisar usar o autoritarismo, amo meus alunos e faço o que está ao meu alcance para ajudá-los e eles são recíprocos. Parabéns pelos vídeos.
Eu respeito a sua autoridade profissional, mas não consigo respeitar Paulo Freire. Sou muito mais Maria Montessori.
6 жыл бұрын
Obrigado pela abordagem respeitosa. Contudo, "não respeitar" Freire não é muito montesoriano. Sempre vi que ambos têm quase tudo em comum: da liberdade ao discernimento das diferenças entre autoridade e autoritarismo. Considerando o conteúdo deste vídeo, por exemplo, onde viu que Freire e Montessori divergem? Gosto tanto da Montessori quanto de Freire justamente porque eles dialogam muito bem.
@josilaineborges5211
5 жыл бұрын
Gosto dos dois! 😍
Excelente !!!!! Acho os livros de Paulo Freire chatos e, grande parte dos seus "admiradores", o transformaram em objeto de culto. Uma espécie de "Padre Cícero da educação". Seja como for, esse vídeo é uma síntese competente que serve de crítica tanto aos detratores que não entendem a proposta desse educador, quanto dos que o endeusam, mas que são igualmente rasos. Obrigado professor, pela clareza da abordagem.
Жыл бұрын
Que bom que gostou. É uma alegria essa oportunidade de compartilhar o pensamento de Paulo Freire contextualizado no século XXI. A série completa está disponível gratuitamente nesta playlist kzread.info/head/PL0k4OibqI6p5bSxA-fgRBpVoLYb2uKJ8- Caso prefira fazer o curso completo com exercícios e simulados para obter certificado, aqui está o link www.udemy.com/course/pedagogiadaautonomia/?referralCode=9B465218F8F7F0372112
A educação tem que ser crítica e o professor tem que dialogar com o aluno. Não é somente passar conhecimento, porém, o que vejo muito, principalmente nas rede sociais, é as pessoas emitindo opinião baseadas em premissas FALSAS. Esse relativismo desenfreado, com imagem de democrático, anula o pensamento crítico e o diálogo. Não quero dizer que existe uma verdade absoluta, mas entrar no relativismo é um erro. Tem pessoas que fazem um discurso anti-relativista, mas na prática distorce as coisas. Difícil de entender!!!!!!!
Porque o Brasil é muito abaixo em educação,inclusive abaixo de países africanos?
4 жыл бұрын
Falo sobre isso neste vídeo kzread.info/dash/bejne/fJ6L28yuY6vcg8Y.html
@laurindonamuamendesnamuame7712
2 жыл бұрын
Por que o Brasil tem que estar acima dos países africanos?
Estava indo bem, até inserir o racismo. Que salada!