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A invisibilização da mulher na história // Maria Lygia Quartim de Moraes

A socióloga Maria Lygia Quartim de Moraes discute a temática da invisibilização das mulheres na história e comenta como esse processo de apagamento além de prejudicar o acesso à produção feminina, tem o efeito de tolher a autoconsciência e autocompreensão das gerações presentes na medida em que produz um imaginário de figuras fortes, importantes e capazes quase que exclusivamente masculino.
Este é o primeiro vídeo de uma série que abordará questões e autoras diversas sobre feminismo e marxismo! Acompanhe aqui na TV Boitempo.
Maria Lygia Quartim de Moraes assina o prefácio da edição brasileira de "Reivindicação dos direitos da mulher", clássico precursor do feminismo do século XVII. Saiba mais: bit.ly/Reivindi...

Пікірлер: 67

  • @gisellemozzer
    @gisellemozzer3 жыл бұрын

    Resumindo: a partir do momento em que nos deram voz, mostramos a que viemos. Ou seja, somos foda

  • @marianacarraro4162
    @marianacarraro41622 жыл бұрын

    Não te conhecia, mas vi hoje e pesquisei, migrou de desconhecida para maravilhosa. Isso resume o porquê, apesar de sermos altamente estudadas, especializadas e o que mais houver, mas ainda o marido manda onde vamos morar, mesmo que nos prejudicar profissionalmente, como rir, como se portar. A história explica muito do que vivemos passivamente. Não deve ler meu comentário mas gostaria de registrar o quanto me tocou. Maravilhosa e obrigada por esse momento.

  • @lenirvicente5035
    @lenirvicente50357 жыл бұрын

    "Onde há opressão há sempre resistênciia." Foucault

  • @paulaskromov3435
    @paulaskromov34355 жыл бұрын

    Michelle Perrot contou sua enorme dificuldade em escrever uma história da mulher pela escassez de registros etc.

  • @andreadiniz345
    @andreadiniz3457 жыл бұрын

    Informação importantíssima.

  • @broseidon2519

    @broseidon2519

    7 жыл бұрын

    A exclusão da história não foi apenas com as mulheres, mas com a imensa maioria da população, que era iletrada e analfabeta, não sabia escrever e sequer tinha condições de obter papel, tinta e pena. Os letrados que podiam escrever obras de filosofia, política, etc. pertenciam a uma pequeníssima elite, que tinha acesso a educação e a obras clássicas, sendo eles mesmos capazes de ler, por ex., em grego ou latim. Se oriundos das camadas populares, foi por questão de sorte em receber favores de mecenas (elite rica que os financiava). Não era a sociedade que excluía as mulheres, visto que a grande maioria das pessoas eram também excluídas do saber. E sim as elites, que escolhiam a quem educar, escutar, divulgar ou preservar obras em suas bibliotecas particulares. Nessa época, os papéis sociais construídos dentro da elite rica e letrada eram evidentemente delineados: aos homens cabiam as tarefas dos debates, da filosofia e da política, bem como a escrita de suas conclusões e a gestão das relações públicas; às mulheres, embora letradas e capazes de participar de tais debates, e normalmente participavam, não se esperava delas o trato da vida pública (política), mas da vida privada. A vida privada não se deve confundir com tarefas domésticas, pois estamos falando de mulheres ricas, letradas e educadas da mesma forma que os homens, ambos pertencentes à elite, única classe que possuía os meios de produzir as belas artes, obras filosóficas e políticas, e o mais importante: divulgá-las e preservá-las para a posteridade. A dicotomia entre a vida pública e a privada era que esta última significava para mulher a missão de gerenciar os passeios e demais lazeres da família e dos encontros sociais da elite, bem como o próprio lar e os serviçais, estes sim realizavam as tarefas domésticas. A história é clara. Quase todos os artistas, pintores, escritores, filósofos, etc. ou pertenciam à elite da sociedade, ou eram financiados por ela. A partir do momento que a população pôde receber a educação e ser ela mesma letrada e alfabetizada, as mulheres começaram a se tornar mais evidentes na vida pública e nas artes. E o período coincide justamente com as primeiras décadas do séc. XIX. Em suma: a exclusão das mulheres não foi culpa da sociedade propriamente dita, mas daqueles que possuíam os meios de produzir o saber e o conhecimento, ou seja, a própria elite. Se a mulher da elite quisesse produzir algo, ela poderia, no entanto, seria algo bem curioso para a época. Não faltam exemplos, como Olympe de Gouges.

  • @broseidon2519

    @broseidon2519

    7 жыл бұрын

    +Andréa Diniz Eu recebi a notificação que você respondeu minha mensagem, mas não consegui ver o conteúdo e agora nem mais minha primeira mensagem estou vendo. Não tenho certeza, mas talvez tenha me bloqueado sem querer ou o próprio canal me bloqueou... Bom, enfim. Eu estava querendo apenas um debate pelo prazer do debate.

  • @andreadiniz345

    @andreadiniz345

    7 жыл бұрын

    Na realidade o que aconteceu é que minha resposta apareceu duplicada e quando apaguei uma a outra foi junto. Eu contesto a sua afirmação de que a sociedade não excluía as mulheres, baseado no constatação de que a exclusão atingia a todos e todas que não pertencessem a elite econômica e politica. Na reflexão que a filósofa faz, sociedade é a mesma coisa que patriarcado. É claro que a mulher não era a única oprimida ao longo da história do patriarcado. Mas até as mulheres que pertenciam aos grupos que tinham acesso a leitura, a escrita, as matemática, engenharia, arquitetura, atividades comerciais, a arte em todas suas manifestações, não eram incentivadas a ter acesso, e quando tinham interesse precisavam do apoio e concordância do pai, ou do marido, ou dos líderes do grupo. E quando você diz que se a mulher quisesse produzir algo ela poderia, isso não é verdade. Ela não poderia. As que puderam foram uma hiper exceção. O patriarcado se estabeleceu no mundo desde que o homem descobriu que ele tinha participação na procriação. Até esse momento ele acreditava que a mulher tinha sozinha o poder "mágico", "divino", de gerar um ser humano. e o matriarcado não submetia o homem as relações eram mais baseadas em parcerias.

  • @broseidon2519

    @broseidon2519

    7 жыл бұрын

    Andréa Diniz Eu não quero cometer a injustiça de dizer que não existe o patriarcado, apenas retratei que a exclusão do saber se aplicava a todas as pessoas que não pertenciam a uma elite, independentemente de sexo. Isso é um fato histórico e lógico. Embora seja um consenso que o patriarcado negava à mulher a vida pública (política), isso não significa que em todos os casos vedava-se também acesso ao saber e a sua produção. Isso é especialmente notório nas elites, que justamente eram as únicas que tinham acesso aos meios de consumir e produzir o saber! As elites, incluindo suas mulheres, sempre possuíram mais tempo livre que o povo excluído, visto que as árduas tarefas do cotidiano eram exercidas por outrem (escravos, serviçais, etc.). Cabe então a pergunta: o que faziam as mulheres da elite no extenso tempo livre? As evidências históricas apontam não os grilhões, mas uma maior independência das mulheres da elite do jugo dos homens (em comparação com as de fora da elite), pois até pinturas antigas mostram mulheres elitistas passeando pelas praças e parques acompanhadas apenas de suas damas (serviçais), sem qualquer homem por perto. Se tais mulheres elitistas tinham essa liberdade, não poderiam elas ler, escrever e produzir saber? Claro que sim, e faziam! A questão então não é que elas eram proibidas de produzir, pois neste caso a proibição é que era a exceção, mas o por quê de suas obras produzidas não terem sido preservadas ou divulgadas! É essa a questão! Existiam mulheres pintoras, escritoras, filosofas, escultoras, etc., mas suas artes, na maioria dos casos, não receberam o mesmo reconhecimento como as dos homens da mesma elite. Se tiver interesse, veja essas listas exemplares e observe as biografias dessas mulheres (há mulheres de todas as épocas). E irá entender meu ponto e como o patriarcado era menos aprisionador, no sentido de produção do saber, para as mulheres da elite: en.wikipedia.org/wiki/List_of_women_writers en.wikipedia.org/wiki/List_of_female_poets Observe que nessas listas estão as mulheres que receberam destaque, reconhecimento e preservação de suas obras, de um universo de muitas outras mulheres também produtoras que ficaram no esquecimento (assim como entre os homens, pois embora muitos produzissem, nem todos tiveram suas obras guardadas para a posteridade).

  • @andreadiniz345

    @andreadiniz345

    7 жыл бұрын

    Sim. Com certeza. Eu repeti isso na minha resposta e concordei. Mas você afirmou que a mulher da elite se quisesse poderia ter acesso a conhecimento e produção de conhecimento. Está no seu texto. E isso não é verdade. Chamei a atenção sobre a diferença entre o desenvolvimento de um homem e de uma mulher. Porque a mulher não fez grandes descobertas científicas? Porque não existem grandes mulheres na música clássica, na pintura, na escultura, através dos séculos? Porque não existem grandes filósofas? Grandes escritoras? Na realidade até existem mas pouco se sabe sobre elas. Eu estou falando de séculos e séculos. A mulher na Grécia mesmo sendo a filha ou esposa de um homem poderoso, não era cidadã. É disso que a autora está falando. Mesmo não sendo da camada dos excluídos, a mulher ainda assim era impedida de produzir conhecimento que exigisse leitura, estudo, etc.

  • @issuarteful
    @issuarteful5 жыл бұрын

    A História, seja ela sobre que assunto for, sempre foi escrita pelos homens.

  • @FeminismoemLivros
    @FeminismoemLivros4 жыл бұрын

    Estou amando os livros da Boitempo. Agora estamos resenhando Reivindicação dos Direitos da Mulher de Mary Wollstonecraft. A edição da Boitempo é ótima. Adorei a tradução. Qndo eu terminar reivindicação quero começar Mulher, Estado e Revolução!

  • @vitoriabredoff
    @vitoriabredoff6 жыл бұрын

    Obrigada!

  • @jackssp780
    @jackssp7805 жыл бұрын

    A Mulhar Mais Importante na História Brasileira Sem Dúvida Foi Dona Brites de Albuquerquer. A Primeira Mulher a Exercer Um Cargo Político e Administrativo Nas Américas. Imaginem o Que Essa Mulher Não Passou Para Administrar a Sua Capitania. Mãe de Três Filhos. Dois Guerreiros Que Perderam a Suas Vidas Juntos Com Dom Sebastião. A Segunda Mulhaer A Ter Tanta Relevância na História do Brasil Foi Sem Dúvida a Nossa Imperatriz Leopoldina. Saudações

  • @joseanegonzaga6258

    @joseanegonzaga6258

    3 жыл бұрын

    Uma desigualdade de gênero muito grande ainda vivemos

  • @gracasilvatoledo7677
    @gracasilvatoledo76773 жыл бұрын

    A realidade é cruelissima .

  • @jamillytaina
    @jamillytaina5 жыл бұрын

    Que texto é esse da Mariza Corrêa a qual ela se refere?

  • @reinventandoapipocadoce4761
    @reinventandoapipocadoce47614 жыл бұрын

    Excelente vídeos!

  • @EuamoTeresaRaquelacultura
    @EuamoTeresaRaquelacultura3 жыл бұрын

    Por isso que eu escrevi o Livro As Mulheres no Cangaço.

  • @sergiobillarterra
    @sergiobillarterra5 жыл бұрын

    Muito interessante. Só pesso pra me indicar onde há semelhanças entre o cristianismo monoteísta da Europa com o politeísmo fetichista de grande parte da América pré colombiana?

  • @linda99864
    @linda998644 жыл бұрын

    Varias mulheres lutaram na frente de varias guerras

  • @nitaleao8369
    @nitaleao83697 жыл бұрын

    Houve mesmo uma época, na Eueopa, em que era proibido às mulheres pintar.

  • @tigrepuffpufittos127

    @tigrepuffpufittos127

    6 жыл бұрын

    +90% dos serviços pesados quem faz é homem (pedreiro) Quem mais morre nesse país é homem, cerca de +8 vezes mais que as mulheres Se alistar no exército é obrigatório para nós, será que essas ditas feministas vão querer isso para elas, ou melhor, será que as próprias mulheres vão querer isso para elas? Homens trabalham mais horas do que mulheres na média geral. Acho que não é tão fácil ser homem... sem querer ser chato, mas eu estou aqui como um contra ponto, não como dono da verdade, se quiser nós podemos debater, posso te passar meu Watssap se quiser

  • @pseudoproducer

    @pseudoproducer

    6 жыл бұрын

    Onde vc anda buscando essas rasas informações? Na boca de um bolsominion?

  • @pseudoproducer

    @pseudoproducer

    6 жыл бұрын

    Eu acho que vc não assistiu ao vídeo e muito menos leu sobre "curiosidades históricas". Não é de hoje que a sociedade somente evoluiu o pensamento sobre as mulheres depois dos anos 60, que por sinal foram anos de muita luta e ao mesmo tempo repressão. Antes disso eram pouquíssimas mulheres que conseguiam algum avanço de igualdade, e muitas delas eram ricas e com um acesso "mais fácil" ao conhecimento, logo, mulheres mais pobres, de camadas proletárias não chegavam nem perto de ousar a transcender a sua época.

  • @pseudoproducer

    @pseudoproducer

    6 жыл бұрын

    Sobre a questão dos serviços, existem mais homens em setores civis, como pedreiros ou engenheiros por exemplo, porque as mulheres dificilmente conseguem trabalhar nesses locais e muita das vezes não é, somente, por causa de sua condição física e sim do sexo também.

  • @pseudoproducer

    @pseudoproducer

    6 жыл бұрын

    Já sobre o alistamento militar, que é um resquício da *DITADURA MILITAR* , o certo mesmo era NINGUÉM, independente do sexo/gênero, deveria ser obrigado a perder tempo prestando a isso. Em vez de ficar nessa picuinha de que mulheres deveriam se alistar obrigatoriamente só pra "tentar calar" feministas, deveria lutar pelo fim desse procedimento que também é *MACHISTA* , visto que somente os homens podem ter o direito de se alistarem sem fazer concurso, mesmo que sendo obrigatório na primeira fase.

  • @abgailbalieiro5704
    @abgailbalieiro57043 жыл бұрын

    Muito bom

  • @gracasilvatoledo7677
    @gracasilvatoledo76773 жыл бұрын

    Que pena

  • @user-eb2yc1ne3v
    @user-eb2yc1ne3v Жыл бұрын

    a

  • @rhayanerauta1504
    @rhayanerauta15044 жыл бұрын

    👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

  • @vivianepinto3505
    @vivianepinto35054 жыл бұрын

    E da escola

  • @marie3587
    @marie35874 жыл бұрын

    existe em Portugal, sobretudo no norte, uma "tradição" dessas mulheres "sofredoras" que ficavam com tudo a cargo porque os maridos iam ou eram enviados para a India, para a Africa, ou para o Brasil , onde Portugal tinha grande numero de colónias… grande quantidade de homens morriam ou não voltavam porque constituíam família nesses lugares distantes… a cargo delas ficava a lida da casa, a criação dos filhos, o cuidado dos velhos, as sementeiras e as colheitas, a organização das festas e procissões, o assear dos altares e dos cemitérios, as compras e as vendas, o artesanato, a continuação da vida, elas eram mulheres e "homens" nas cidades e aldeais… então essas super mulheres eram homenageadas nas romarias, vestidas como madonas depois dos bombos e dos músicos, chegam as 400 mulheres kzread.info/dash/bejne/opWmyqiQaKqoYrQ.html

  • @honorioferreiraneto3945
    @honorioferreiraneto39452 жыл бұрын

    ♥️♥️♥️

  • @marialuisafernandes7559
    @marialuisafernandes75593 жыл бұрын

    Qual o nome da esposa do Pierre Clastres?

  • @marciagarcia1928
    @marciagarcia19284 жыл бұрын

    👏👏👏👏

  • @kauansantosfarias3758
    @kauansantosfarias37584 жыл бұрын

    Lega

  • @carloseduardopireslopescab3529
    @carloseduardopireslopescab35293 жыл бұрын

    ahan sei...

  • @ChuuSilva

    @ChuuSilva

    2 жыл бұрын

    ?

  • @claudioawq
    @claudioawq4 жыл бұрын

    o predomínio do gênero masculino é decorrente de sua dominação econômica. E por que houve esse predomínio econômico? Se um gênero se deixa dominar, isso prova que ele é fraco? Na realidade, parte do gênero feminino, há centenas de anos atrás, ganhou economicamente com o predomínio econômico dos homens.

  • @larajoseany1572

    @larajoseany1572

    2 жыл бұрын

    @Maria Eduarda 👏👏👏

  • @albertotorres3430
    @albertotorres34307 жыл бұрын

    Filósofo, no Brasil, só existe um! O Prof. Olavo de Carvalho.

  • @andreanascimento4413

    @andreanascimento4413

    6 жыл бұрын

    eu ri alto

  • @pseudoproducer

    @pseudoproducer

    6 жыл бұрын

    Filósofo esse que nem conseguiu entregar o TCC pra "banca marxista"...

  • @ffoxonfire

    @ffoxonfire

    6 жыл бұрын

    é piada forte, né?

  • @roniconceicaoconceicao.4981

    @roniconceicaoconceicao.4981

    5 жыл бұрын

    Marilena Chauí, Pondé, Karnal, Caio Prado Jr e muitos outros. Não é só do Carvalho que se fez a filosofia brasileira.

  • @valwilke

    @valwilke

    5 жыл бұрын

    kkkkkkkkkkkkk. Piada forte mesmo!